Formalizar um Crédito Habitação é um processo com alguma
burocracia, mas cada vez mais simples. Hoje, é possível fazê-lo sem sair de
casa e não precisa de se preocupar em abrir novas contas bancárias no banco que
escolheu. No entanto, ainda existem muitos mitos que rodeiam esta operação
financeira. Se está à procura do melhor Crédito Habitação, saiba o que é
verdade ou mentira e a que pormenores deve prestar atenção.
Mito 1: O spread do Crédito Habitação é o indicador mais
importante para comparar propostas
Quando estão à procura de financiamento, muitas pessoas focam-se em conseguir o spread do Crédito Habitação mais baixo possível. No entanto, e apesar de este ser um indicador a ter em conta, não é o mais relevante, porque o spread do Crédito Habitação é apenas um dos custos do empréstimo, não representando a totalidade de encargos que terá com o seu crédito para comprar casa.
Se está a comparar propostas de Crédito Habitação com o mesmo montante, prazo e modalidade de reembolso, opte por olhar para estes dois indicadores: o MTIC e a TAEG. Estes sim, irão dizer-lhe qual a melhor solução para o seu bolso, não o spread do Crédito Habitação.
Inclui o montante total do empréstimo mais os restantes custos do crédito, como os juros, comissões, impostos e outros encargos. Atenção, se contratar um Crédito Habitação com taxa variável, os custos totais do empréstimo podem variar de acordo com o desempenho do indexante ao longo da vigência do contrato. No entanto, o MTIC é um fator importante quando contrata o crédito, pois irá indicar-lhe qual das propostas será menos cara no global.
- TAEG (Taxa anual de encargos efetiva global)
Mede o custo do empréstimo, por ano, em percentagem do
montante emprestado. Nesta taxa já estão incluídos os juros, comissões,
despesas, impostos e seguros. Por isso, lembre-se: ao comparar propostas, a
TAEG dá-lhe uma visão muito mais global do que o spread do Crédito Habitação.
Mito 2: Quanto maior o prazo do Crédito Habitação, menos se
paga
É verdade que quanto mais longo o prazo do Crédito Habitação, menor o valor da prestação mensal. No entanto, isto não significa que o crédito fique menos caro. Antes pelo contrário. Isto porque a prestação do Crédito Habitação inclui uma parcela do capital emprestado e outra de juros, e quanto maior for o prazo do Crédito habitação, maior será o período em que estará a pagar juros. O que significa que, no final, estará a pagar mais pelo mesmo dinheiro.
Portanto, a ideia de que quanto maior for o prazo do Crédito
Habitação melhor, não é bem assim e é importante que tome uma decisão ponderada
sobre esta questão procurando um prazo do Crédito Habitação tão curto quanto
possível, desde que lhe permita pagar o valor mensal da prestação
confortavelmente.
Mito 3: Tenho de abrir conta no Banco para contratar um Crédito
Habitação
Ter conta na instituição em que pretende contrair o crédito não é obrigatório, em teoria. No entanto, é uma condição exigida pela maioria dos Bancos, que veem o Crédito Habitação como um produto âncora que lhes permite fidelizar o cliente e aumentar a probabilidade de contratar outros produtos financeiros. Mas nem sempre é assim.
Há instituições bancárias que permitem contratar apenas o Crédito
Habitação e os clientes podem manter a conta a ordem atual noutro banco, sendo
as prestações debitadas mensalmente na conta da sua preferência. E, desta
forma, evita pagar mais comissões bancárias, assim como os incómodos típicos,
associados à mudança de conta, como alterar a domiciliação do ordenado ou os
débitos diretos das contas da água, luz, gás e telecomunicações.
Mito 4: Se contratar outros produtos vou poupar
Se está à procura do melhor Crédito Habitação para o seu bolso, já deve ter feito simulações em vários Bancos. Nessas propostas é possível que lhe tenham sugerido a contratação de outros produtos, como a domiciliação do ordenado, seguros ou cartões de crédito, em troca de uma bonificação no spread do Crédito Habitação.
Se pensa que um spread do Crédito Habitação mais reduzido é equivalente a poupança, é possível que esteja enganado. A contratação de outros produtos pode envolver mais custos, o que pode não tornar a sua contratação vantajosa. Por exemplo, muitos cartões de crédito têm anuidades ou o seguro de vida proposto pelo banco pode ser mais caro do que outros no mercado.
Portanto, o valor que poupa com o spread do Crédito Habitação,
pode depois acabar por gastá-lo com outros custos. Deve por isso avaliar se a
redução no spread do Crédito Habitação é realmente vantajosa através do MTIC e
da TAEG. E não se esqueça: se aceitar contratar produtos adicionais para
reduzir o spread do Crédito Habitação está a assumir um compromisso adicional.
O que significa que durante a vigência do empréstimo não pode cancelar os
produtos em questão ou verá o spread contratado (mais barato) passar para o
valor do spread base (mais caro).
Mito 5: Preciso de um fiador para fazer o crédito
Ao contratar um Crédito Habitação serão sempre exigidas garantias para assegurar que, independentemente da sua situação, o banco recebe o dinheiro que lhe emprestou. Mas, ao contrário do que se pensa, essas garantias não se traduzem sempre em fiadores. A principal garantia que será requisitada é a hipoteca do imóvel que está a comprar.
No entanto, para aumentar as garantias de pagamento e
atribuição do crédito alguns Bancos poderão pedir fiadores.
Mito 6: Tenho de ir ao banco para fazer um Crédito Habitação
A ideia de que, para pedir uma proposta de Crédito Habitação, tem de ir ao balcão de uma agência bancária e sair de lá com inúmeros documentos está ultrapassada. Atualmente, só precisa de um computador com acesso à internet.
Pode começar por fazer uma simulação de Crédito Habitação para ter noção das condições genéricas oferecidas. Até pode simular diferentes cenários, para encontrar aquele que melhor se adequa a si. Se gostar das condições, pode fazer um pedido de contacto para falar diretamente com um gestor de Crédito Habitação, que lhe irá explicar as condições do crédito e quais os documentos necessários para analisar e aprovar o pedido. Os documentos podem até ser enviados por email, se os tiver em formato digital, ou o gestor até poderá ir ter consigo para recolhê-los
Tudo isto pode ser feito sem ter de se deslocar a um balcão. Simples, prático e mantendo toda a proximidade que precisa.
A lição importante a reter hoje é que nem tudo o que parece
é e há verdades que parecem absolutas, mas que não passam de mitos perpetuados
por consumidores que não tiveram o melhor acompanhamento.
Fonte: UCI
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Spread, TAEG, TAN ou MTIC: Qual o seu significado e Importância no Crédito Habitação?