Apesar do fim oficial da situação de alerta decretada para o Cais do Ginjal, em Almada, a circulação de pessoas naquela zona ribeirinha continuará interdita. A informação foi confirmada à Lusa por fonte da Câmara Municipal de Almada (CMA), que mantém a interdição por motivos de segurança. Entretanto, o Grupo AFA, proprietário dos edifícios identificados como estando em risco, já arrancou com as demolições.
A presidente da autarquia, Inês de Medeiros, que falava na reunião da Câmara Municipal, adiantou que depois das demolições, o Grupo AFA avançará com obras para permitir que seja possível circular na zona com segurança.
"O Grupo AFA iniciou as demolições no Ginjal, já foram feitas as recolhas de todas as imagens. O Grupo AFA ficou obrigado, uma vez a demolição feita, a arranjar aquele espaço e permitir que haja passagem não apenas para os que querem usufruir do Ginjal, mas para quem quer aceder ao comércio", disse a responsável, adiantando que há uma parte mais complicada na obra devido à existência de amianto.
O proprietário de parte do edificado no Ginjal já tinha explicado que estas intervenções são de natureza preventiva e seriam realizadas apenas quando estivessem reunidas todas as condições de segurança para os profissionais envolvidos, frisando, contudo, que as demolições não estão relacionadas com o futuro projeto de requalificação urbana já aprovado.
As vistorias técnicas que sustentam estas demolições, de resto, foram conduzidas pelo Serviço Municipal de Proteção Civil, que identificou riscos estruturais nos edifícios. O Grupo AFA reforça que o seu projeto para o local cumpre todos os requisitos legais e regulamentares, estando já aprovado pela Câmara Municipal de Almada desde 2020, no âmbito do Plano de Pormenor do Cais do Ginjal.
Recorde-se que o plano de reabilitação do Ginjal prevê um investimento de cerca de 300 milhões de euros numa área de 90 mil metros quadrados. O projeto inclui a construção de habitações, espaços de comércio e serviços, um hotel com 160 quartos, equipamentos sociais e 500 lugares de estacionamento.
Entretanto, as pessoas em situação vulnerável que residiam nos edifícios devolutos da zona foram realojadas. Inicialmente acolhidas numa Zona de Concentração e Apoio à População (ZCAP), instalada na Escola Secundária Anselmo de Andrade, estão agora em alojamentos temporários. A Câmara de Almada garante que continuará a apoiar estas pessoas no processo de autonomização, mesmo após o fim da situação de alerta.