Nos últimos anos, muitos portugueses têm concentrado a sua riqueza no património imobiliário, no entanto, esse crescimento tem mostrado sinais de desaceleração. Em 2024, o património não financeiro, que inclui essencialmente a habitação, aumentou apenas 4%, atingindo um valor extraordinário de 505.701 milhões de euros. Esta marca histórica é, todavia, um indicativo de que as coisas podem não ser tão cinzentas como parecem, mas também não são tão otimistas quanto os anos anteriores.

Conforme revelado em dados provisórios do Banco de Portugal, este é o primeiro ano em que o património ultrapassa a barreira dos 500 mil milhões de euros. No entanto, vale a pena mencionar que este crescimento é inferior ao que se observou no passado recente. Em 2023, por exemplo, o aumento foi de 5,7%, enquanto em 2022 subiu para 7,9%. Para encontrar um crescimento tão fraco como 4%, temos que voltar até 2016 quando o aumento foi de apenas 1,8%.

A situação do mercado imobiliário em Portugal tem mudado drasticamente, especialmente desde a crise financeira. Antes da crise, os preços das casas desceram, mas a partir de então a maior parte da riqueza das famílias foi alocada na habitação, uma vez que mais de 70% dos portugueses vivem numa casa própria. Hoje, a tendência parece ser exatamente o oposto, com os preços a dispararem nos últimos anos.

De acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística, no primeiro trimestre de 2025, os preços das casas dispararam 16,3% em termos homólogos, um aumento considerável de 4,7 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior. Para adicionar à festa, foram transacionadas 41.358 habitações, um incremento de 25% comparado com o primeiro trimestre do ano transato.

É claro que o cenário atual é bastante complexo. Por um lado, as pessoas continuam a investir no imobiliário, mas a desaceleração do crescimento pode levantar algumas questões. Estaremos a assistir a uma bolha imobiliária? O aumento contínuo dos preços é sustentável? Estes são dilemas que os investidores e os futuros compradores devem considerar antes de tomar uma decisão.

Enquanto isso, os cidadãos devem manter-se informados sobre as dinâmicas do mercado imobiliário e as suas implicações na economia familiar. As previsões podem mudar rapidamente, e quem não estiver atento pode acabar a pagar mais do que está disposto. O futuro da habitação em Portugal está em constante evolução e, por isso, acompanhar as tendências é essencial.

Na sua jornada pelo mercado imobiliário, é importante recordar que as decisões informadas são sempre as melhores. Para quem pondera investir, diversificar e estudar as oportunidades de mercado pode ser a chave para garantir um futuro financeiro sólido. Isso pode significar não apenas investir em imóveis, mas também considerar outras formas de poupança e investimento que possam proporcionar retornos a longo prazo.

Por isso, fique atento às notícias económicas e aos indicadores do mercado. As surpresas nunca são demais quando se trata de património imobiliário, e saber quando agir pode fazer a diferença para o seu futuro financeiro.