Enquanto Empresário em Nome Individual (ENI), as
necessidades de capital são muitas, face à relutância das entidades credoras em
atribuir um crédito. Veja as diversas soluções de crédito e as várias maneiras
de ampliar as probabilidades de aprovação.
Empresário em Nome Individual (ENI): Conceito
Um Empresário em Nome Individual (ENI) é uma pessoa que constitui uma empresa da qual é o único titular. Esta é uma maneira
jurídica simples e adequada para iniciar um pequeno negócio.
O Empresário em Nome Individual é um trabalhador independente,
tendo de passar recibos verdes, visto que não trabalha por conta de outrem, mas
sim por conta própria.
As principais vantagens de ser ENI enquadra-se na
simplicidade de processos, ou seja, constituir e encerrar a empresa é mais
fácil do que no caso de outro tipo de empresas.
Por outro lado, não é necessário capital inicial. Como o
Empresário em Nome Individual responde sempre pelas dívidas da empresa e não
existe um montante mínimo obrigatório estabelecido por lei para constituir este
tipo de negócio.
Embora exista esta vantagem no momento de se constituir como
ENI, há uma maior perceção de incerteza e risco por parte das entidades
credoras no momento de atribuir empréstimos. Ainda assim, há uma vasta oferta
de produtos adequados a pessoas nesta situação.
Empresário em Nome Individual (ENI): Tipos de empréstimos
Existem diversos empréstimos que se pode conseguir enquanto
ENI. Um dos mais comuns é o Crédito Habitação
- Crédito Habitação
Se é ENI pode solicitar um Crédito Habitação como qualquer outro particular. Contudo, existe uma importante diferença nos critérios para aprovação.
Se duas pessoas solicitarem o mesmo valor emprestado e tiverem exatamente as mesmas condições, o banco irá pedir mais garantias a um trabalhador independente do que a um trabalhador por conta de outrem, uma vez que ter um contrato de trabalho é para os bancos um sinal de garantia.
Além disso, há um componente muito importante a considerar. Quando se é trabalhador independente, os rendimentos auferidos são calculados em termos parciais. Isto é, não é tido em consideração 100% do rendimento auferido, mas sim 70%. Por outras palavras, mesmo que um trabalhador a recibos verdes ganhe 1.000€ por mês, só são contabilizados 700€.
Existe também bancos que nem sequer ponderam os rendimentos do titular que é trabalhador independente. Por exemplo, se num casal que pede um empréstimo, uma pessoa for profissional independente e outra for trabalhador efetivo, o único rendimento considerado por alguns bancos para o cálculo da taxa de esforço é o do trabalhador efetivo.
Por este motivo, o acesso ao Crédito Habitação para ENI é
particularmente desafiante, mas não é impossível.
Solicitar um empréstimo enquanto ENI: O que considerar
No caso de pretender pedir um empréstimo existem diversas
maneiras de ampliar as probabilidades de sucesso. Do número e tipologia de
titulares até às garantias apresentadas, tudo conta desde o momento em que faz
o pedido até ter o esperado “carimbo” de aprovação.
#1. Definir um segundo titular
Quando está em causa um pedido de empréstimo por parte de um profissional independente, as entidades valorizam sempre a apresentação de um segundo proponente, o que não acontece nos casos de trabalhadores efetivos por conta de outrem.
Se for trabalhador independente, contudo, o seu cônjuge
tiver um contrato de trabalho, pondere a possibilidade de o colocar como
segundo titular do pedido de crédito. Desta forma, no caso de um ficar
desempregado, o outro garantirá o pagamento da prestação, minimizando o risco
de incumprimento.
#2. Verificar o seu histórico de crédito
Antes da aprovação, os bancos avaliam o seu mapa de responsabilidades de crédito. É esta declaração que resume o histórico com a banca e onde ficam registados eventuais incumprimentos.
Neste sentido, antes de se candidatar a um empréstimo, deve-se validar sempre o historial de crédito e, caso haja algum registo, procure limpá-lo.
Além disso, um ENI com diversos créditos e cartões de crédito, terá mais dificuldade em ver um novo pedido aprovado. Tente liquidar as dívidas dos cartões de créditos e se tiver vários cartões, ainda que não estejam a uso, cancele alguns.
Para o Banco, o facto de hoje não estarem em dívida, não
significa que não venham a estar e o cancelamento de alguns cartões, diminui o
potencial de endividamento.
Crédito Habitação: O que é o Mapa de Responsabilidades?
#3. Avaliar a taxa de esforço
A taxa de esforço consiste na percentagem do rendimento líquido da empresa ou agregado familiar, direcionada ao pagamento das prestações de créditos. No fundo, ajuda a compreender qual é o rendimento que se tem disponível para fazer face às despesas do dia a dia após o pagamento das obrigações mensais com créditos previamente contraídos.
Divida a mensalidade prevista pelo empréstimo pela média
mensal dos rendimentos dos últimos 12 meses. A taxa não deverá ultrapassar 33%
dos rendimentos e prova, junto de quem vai fazer o financiamento, com
capacidade financeira para suportar este custo adicional.
Taxa de Esforço no Crédito Habitação
Os documentos que melhor podem auxiliar a aferir a
sustentabilidade financeira ao longo do prazo de amortização do empréstimo são
o último balanço, tal como o plano de negócio com uma estratégia de
crescimento.
#4. Fazer o trabalho de casa
A probabilidade de concessão do crédito sobe se conseguir demonstrar uma boa preparação. Por isso, antes de visitar o banco, realize uma pesquisa sobre a oferta bancária que tem à disposição.
Além disso, é essencial reunir a informação específica solicitada pela instituição, que pode ser diferente em cada caso.
Esta documentação é essencial para compreender o mérito do projeto de financiamento a que se candidata, e para associar a sua empresa a determinado perfil de risco.
Existem diversas fases no processo de aprovação e cada uma pode envolver pessoas, pelo que é importante contar com uma margem de tempo razoável para obter uma resposta.
Crédito para comprar casa: Etapa de aprovação
#5. Esperar pelo momento certo
Se iniciou atividade como ENI há menos de dois anos, é pouco
provável que consiga aceder a crédito, pelo menos sozinho, uma vez que, para o
Banco, quer dizer que a empresa está numa fase embrionária, e o risco é mais
elevado. Assim, se estiver no início, deverá aguardar mais algum tempo até ter
no mínimo 2 anos completos de atividade.
#6. Preparar garantias adicionais
Enquanto ENI, deve estar preparado para demonstrar garantias ao banco que muitas vezes não são exigidas a um trabalhador por conta de outrem. É o caso de um fiador, a pessoa que se responsabiliza pelo pagamento do empréstimo ao banco, em caso de incumprimento.
Os familiares são os fiadores mais comuns, contudo, a
instituição pode aceitar qualquer pessoa que acrescente segurança à operação.
Outra alternativa será dar mais entrada do que o habitual.
Qualquer financiamento tem como base a confiança de que o
valor será pago. Por isso, quanto maior a confiança do Banco, mais fácil é
receber uma resposta positiva. Não se limite a fazer a simulação de crédito
apenas no seu banco habitual, recorra a várias instituições e peça simulações
para avaliar o seu caso.
Fonte: SUPERCASA
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