Saber como calcular a taxa de esforço é uma das formas mais eficazes de evitar o sobre-endividamento. E é mais simples do que pode parecer.

Calcular a taxa de esforço é fundamental para perceber qual a percentagem do seu rendimento mensal que é – ou pode ser – utilizada para pagar os encargos de um crédito. Ou seja, é fulcral para evitar o sobre-endividamento.

Assim, e segundo a definição do Banco de Portugal (BdP), a taxa de esforço é a “proporção do rendimento de um agregado familiar afeto ao pagamento de um empréstimo” e serve para “medir a capacidade do agregado em cumprir as responsabilidades assumidas com um empréstimo”.

Por exemplo, é precisamente para calcular a taxa de esforço que os bancos ou instituições de crédito solicitam a declaração de rendimentos e recibos de vencimentos antes de contratualizar um empréstimo.

 

COMO CALCULAR A TAXA DE ESFORÇO

Para calcular a taxa de esforço deve utilizar a seguinte fórmula:

Taxa de esforço = (Encargos financeiros mensais / Rendimento) x 100

Assim, a taxa de esforço considera somente a parcela dos seus rendimentos que é destinada ao pagamento das prestações bancárias de crédito (como, por exemplo, cartão de crédito, crédito pessoal, crédito automóvel ou rédito à habitação), ou seja, não são consideradas para o cálculo da taxa de esforço as despesas mensais referentes a eletricidade, água, gás e telecomunicações.

Contudo, mesmo que não tenha um Crédito à Habitação, mas esteja a pagar mensalmente uma renda (por uma casa arrendada), este montante deverá ser incluído nas despesas com encargos financeiros.

Por outro lado, se receber juros de investimentos, esse montante deve ser considerado como um rendimento (divididos pelo número de meses, correspondendo esse o valor a aplicar mensalmente no cálculo da taxa de esforço). 

Refira-se ainda que para quem é casado, o rendimento total é a soma dos rendimentos de ambos os membros do casal, ou seja, o rendimento do agregado familiar.

  

PORQUÊ CALCULAR A TAXA DE ESFORÇO? QUAL A IMPORTÂNCIA?

Como referido, calcular a taxa de esforço permite perceber a capacidade de um agregado familiar em cumprir com a responsabilidade assumida com um empréstimo. Se a percentagem da taxa de esforço for muito elevada, significa que o risco de incumprimento é alto.

É precisamente por isso, que os bancos e as entidades de créditos utilizam esta informação para determinar a aprovação, ou não, de um crédito, uma vez que é um indicador da capacidade do cliente em pagar as prestações mensais do crédito (à habitação, automóvel, pessoal ou cartão de crédito).

O cálculo da taxa de esforço é também importante para o agregado perceber (após o cumprimento das obrigações mensais com créditos) qual a parcela do seu rendimento disponível para fazer face às despesas do dia a dia (como, por exemplo, alimentação, educação, lazer, transportes ou vestuário).

Regra geral, recomenda-se que a taxa de esforço não ultrapasse os 30%. Se for superior, torna-se difícil precaver uma situação de diminuição de rendimentos, como por exemplo, em caso de desemprego ou cortes salariais.

No entanto, concretamente no que diz respeito ao Crédito à Habitação – e considerando que se trata de um empréstimo de valores avultados –, muitos bancos colocam um limite máximo de 40% na taxa de esforço, para que o crédito seja concedido. Acima dos 40%, considera-se uma taxa de esforço elevada (ou muito elevada), recomendando-se que o agregado recorra ao crédito consolidado.

  

Fonte: E-konomist


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