O projeto da Cidade do Padel, que previa a construção de 17 campos da modalidade em Linda-a-Velha, no concelho de Oeiras, não avançará como inicialmente previsto. A decisão foi confirmada pela autarquia, que apontou os elevados custos de construção como principal entrave.
O terreno, situado junto ao Complexo Desportivo do Jamor e cedido à Federação Portuguesa de Padel (FPP), revelou necessidades técnicas que aumentariam substancialmente o investimento. Entre estas, destacam-se intervenções de estacaria, que demonstraram ser dispendiosas e complicadas de implementar.
Na reunião da Assembleia Municipal de Oeiras, o vice-presidente Francisco Rocha Gonçalves explicou que o município não financiará a obra. O compromisso assumido limitava-se à cedência do terreno, que agora, face ao desenrolar dos acontecimentos, regressará à posse da câmara. A posição do município levanta questões sobre o futuro do desporto na região e quais as alternativas que podem ser consideradas.
O projeto da Cidade do Padel esteve envolvido em polémica desde o seu anúncio. A existência de zonas residenciais próximas levantou preocupações sobre os potenciais impactos ambientais, especialmente junto à mata do Jamor. Não menos importante, o chão em questão estava inicialmente destinado à construção de uma creche ou centro desportivo, o que gerou a oposição de diversos moradores e movimentos cívicos, incluindo a conhecida associação Vamos Salvar o Jamor.
A decisão de não avançar com o projeto não apenas reflete a complexidade financeira envolvida, mas também um apelo à reconsideração do uso do espaço urbano, sempre num contexto que busca o equilíbrio entre desenvolvimento desportivo e preservação ambiental. O embate entre as necessidades da comunidade, a promoção de atividades desportivas e a proteção do meio ambiente continua a ser um tema tabu nas conversas sobre o futuro das infraestruturas em Oeiras.
Ainda que a cidade do padel não irá materializar-se de imediato, este episódio levanta uma questão crucial: que alternativas ou soluções sustentáveis poderão ser desenvolvidas para fomentar o desporto e ao mesmo tempo respeitar o ambiente e os laços comunitários? O futuro ainda está por se escrever, e todos têm uma palavra a dizer.