O Que Faz de Abril de 2025 o Mês Mais Marcante para os Depósitos Bancários em Portugal? Descubra Aqui!

No final de abril de 2025, o stock de depósitos de particulares nos bancos residentes totalizava 193,1 mil milhões de euros, mais 506 milhões de euros que em março. Este valor também representa um aumento de 897 milhões de euros em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP). É importante notar que este é o valor mais alto desde que há registos, desde dezembro de 1979.

Segundo o BdP, esta variação é resultado de um aumento de 940 milhões de euros nas responsabilidades à vista, que são quase na sua totalidade os depósitos à ordem. No entanto, isto foi parcialmente compensado pela redução de 434 milhões de euros nos depósitos a prazo, que incluem depósitos com prazo acordado e depósitos com pré-aviso.

Este crescimento nos depósitos de particulares representa uma taxa de variação de 5,7% em comparação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, vale a pena mencionar que abril de 2025 marcou o sexto mês consecutivo em que a taxa de variação dos depósitos desacelerou, já que em março a taxa de variação anual era de 5,9%.

A desaceleração é uma tendência observada desde novembro de 2024. O BdP sugere que esta desaceleração ocorre em razão da redução na remuneração dos depósitos e do aumento nas subscrições líquidas de certificados de aforro. Isso levanta Questionamentos sobre a atratividade dos depósitos a prazo em um momento de juros reais negativos.

Depósitos a Prazo: Uma Aposta Segura?

Recentemente, a comissária Europeia para os Serviços Financeiros, Maria Luís Albuquerque, fez declarações contundentes sobre os depósitos a prazo. Em uma conferência em Lisboa, ela afirmou que "é seguro que se perde dinheiro" com depósitos a prazo, uma afirmação que certamente surpreendeu muitos. “Nós habituámo-nos a pensar que os depósitos bancários são seguros e não têm risco. Eu diria que, neste momento, é seguro que se perde dinheiro, porque a rentabilidade real é negativa”, assegurou.

Albuquerque continuou a sua análise ao destacar que nos mercados de capitais existe um risco de perda, enquanto nos depósitos, há uma certeza de perda nos últimos anos. Essa afirmação sublinha a importância de os cidadãos europeus se capacitarem financeiramente, gerindo as suas finanças de forma informada e eficaz.

Ela também ressaltou que um dos objetivos da iniciativa da União da Poupança e Investimentos é fomentar a literacia financeira e incentivar a poupança a longo prazo. Numa altura em que o ambiente económico se torna cada vez mais complexo, é crucial que os cidadãos sejam equipados com o conhecimento necessário para tomar decisões financeiras informadas.

Conclusão

Os últimos dados sobre os depósitos em Portugal revelam um cenário intrigante. Apesar do crescimento nominal, a realidade da remuneração negativa pode estar a desincentivar os portugueses a manterem o seu dinheiro em depósitos a prazo. Com a orientação da Comissão Europeia para uma gestão mais consciente das finanças pessoais, o futuro dos depósitos bancários em Portugal poderá estar a mudar drasticamente. Uma coisa é certa: a educação financeira é mais importante do que nunca.