O mercado imobiliário premium e ultraluxo continua a atrair muitos compradores e investidores. Este segmento do setor residencial aprendeu a fintar crises inesperadas – como pandemia, subidas de taxas de juro, conflitos armados, elevados custos de construção, e o fim de programas como os vistos gold – conseguindo manter-se no radar, apesar dos elevados preços praticados. Privacidade, discrição e exclusividade são requisitos obrigatórios de quem procura este tipo de habitação. Aqui, vamos desvendar os segredos e estratégias que envolvem o negócio de casas de luxo.
1. Como se vendem imóveis exclusivos?
Há várias razões pelas quais proprietários preferem vender imóveis de forma discreta. Um dos principais fatores é segurança e privacidade, especialmente quando as propriedades contêm obras de arte, mobiliário valioso ou são habitadas por pessoas publicamente conhecidas. Além disso, muitos acreditam que um imóvel exclusivo pode ser negociado a um valor superior se for vendido discretamente. A CEO da ORIA Real Estate Advisors, Joana Branquinho, enfatiza que tanto vendedores quanto compradores valorizam a privacidade, evitando exposição pública à propriedade, ao valor de transação, ou até mesmo ao ato de estar a vender.
2. Quem decide a melhor forma de vender o imóvel: o vendedor ou o mediador?
Segundo Filipe Lourenço, CEO da Private Luxury Real Estate (PLRE), é sempre o proprietário quem define a estratégia de venda, mas é essencial que essa decisão seja tomada em conjunto com o mediador imobiliário. Ambos têm um papel a desempenhar: o vendedor expressa sua preferência e o consultor deve avaliar se essa abordagem é a mais eficaz para aquele imóvel específico. A experiência e conhecimento do mercado desempenham um papel crucial nessa discussão.
3. Privacidade é (mesmo) a alma do negócio?
A privacidade é, sem dúvida, uma grande vantagem na venda de imóveis de luxo. No entanto, não há garantias de uma venda bem-sucedida, e fatores como a qualidade do imóvel, um preço bem ajustado, e a experiência do consultor são fundamentais. Daniela Rebouta, Sales Director da Engel & Völkers, menciona que a privacidade pode, em certos casos, limitar a venda e prolongar prazos, uma vez que os imóveis deixarem de estar disponíveis publicamente, reduzindo as transações.
4. Que casas são estas e quanto podem custar?
Imóveis de luxo em Portugal variam significativamente em preço, e a distinção muitas vezes está nas características únicas que possuem – localizações privilegiadas, arquitetura excecional, ou a história por trás do imóvel. Segundo João Cília, CEO da Porta da Frente Christie’s, propriedades de alto valor podem ter uma atenção mediática prejudicial, e a exclusividade é fundamental na escolha dos potenciais compradores.
5. Quem são os compradores? Há clientes portugueses?
A maior parte dos compradores de imóveis de luxo em Portugal tende a ser estrangeira, mas existem também compradores portugueses em busca de exclusividade e discrição. O CEO da PLRE menciona que a divisão entre clientes nacionais e estrangeiros é de 50/50, com a presença significativa de norte-americanos, brasileiros e cidadãos do Médio Oriente. A flexibilidade na abordagem de mercado é importante para captar tanto compradores locais quanto internacionais.
Concluindo, o mercado imobiliário de luxo é um campo repleto de nuances, onde a combinação de privacidade, estratégia de vendas, e a natureza exclusiva dos imóveis fazem a diferença. Para quem está em busca do sonho de viver numa propriedade única, o conhecimento deste segmento é fundamental para obter sucesso nesta busca ou investimento.