Crise da Habitação em Portugal: O Que Precisamos Para Superá-la? Descubra a Solução!
Nos últimos tempos, o setor imobiliário em Portugal tem sido alvo de intenso debate, principalmente no que diz respeito à crise de acesso à habitação. Enquanto muitos players do setor clamam por uma redução do IVA na construção, de 23% para 6%, para aumentar a oferta de casas, outros, como Luís Mota Duarte da Sonae Sierra, apostam numa abordagem mais colaborativa e inovadora.
Uma Nova Perspectiva
Luís Mota Duarte defende que, em vez de esperar que o Estado intervenha, os diversos agentes do setor, como promotores, construtores e bancos, devem fazer mais. Este apelo à ação é essencial para que a construção de habitação continue a suprimir as necessidades da população. Na sua fala durante a conferência “Portuguese Real Estate Investment Vehicles & Financing”, Mota Duarte enfatizou a importância de unir esforços: "Poder-se-ia juntar um grupo com estes agentes económicos com o objetivo de criar mais habitação, sendo rentável para todos na mesma. Se todos na cadeia de valor tiverem alinhados é muito mais fácil fazê-lo.”
Build to Rent vs Build to Sell
Uma das questões centrais que Mota Duarte levantou é a distinção entre as abordagens “built to sell” e “built to rent”. Ele argumenta que, embora o investimento em construção para venda seja mais atrativo do ponto de vista financeiro, a sociedade portuguesa pode precisar de modelos de arrendamento mais acessíveis. A Sonae Sierra está, atualmente, a explorar projetos de habitação acessível e modelos de “built to rent”, mesmo sabendo que o retorno financeiro pode ser inferior.
O Papel do Estado
Mota Duarte acredita que o Estado deve sim ajustar algumas questões fiscais, mas que a verdadeira mudança deve vir da colaboração entre os agentes da cadeia de valor. "Creio que isso é necessário. Os agentes económicos em si podem fazer muito mais do que creio que fazemos atualmente".
Oportunidades e Desafios em Portugal
Portugal possui um imenso potencial no setor imobiliário, mas é crucial criar condições que permitam que esse crescimento prossiga. Mota Duarte menciona que a percepção de risco no mercado internacional sobre Portugal é desproporcional. "Portugal tem tido uma perceção de risco de elevado risco, quando não o é."
Financiamento Alternativo
Em relação a outro aspecto da crise, a necessidade de financiamento alternativo foi debatida entre a Sonae Sierra e o banco BTG Pactual. Este último entrou na Europa há dois anos e está focado na Ibéria, onde o setor imobiliário está aquecido. Eles almejam dar apoio a projetos que os bancos tradicionais normalmente não financiam, como a aquisição de terrenos para desenvolvimento de projetos de habitação. Alberto Sanchez, do BTG Pactual, afirmou: "Para nós, financiar um ativo numa cidade portuguesa ou espanhola quando sabemos que há falta de oferta parece um investimento bom."
A Colaboração é a Chave
Ambas as partes reconhecem que a colaboração entre diferentes atores do mercado é vital para o sucesso do setor imobiliário em Portugal. Ao unir forças e investir em projetos complementares, é possível encontrar um ponto de encontro que beneficie tanto investidores como a sociedade.
Conclusão
A crise da habitação em Portugal exige uma abordagem multifacetada, que não se resuma apenas a pedir ao Estado que baixe impostos. Iniciativas colaborativas entre o setor privado são essenciais para criar soluções sustentáveis e rentáveis. A mudança requer coragem, inovação e uma vontade coletiva para transformar desafios em oportunidades.
É tempo de agir e de construir uma sociedade onde o acesso à habitação se torne uma realidade para todos!