As seguradoras europeias estão a revisitar as suas estratégias de investimento devido a uma mudança na percepção do setor imobiliário. Após anos de forte investimento nesta classe de ativos, agora assistimos a uma redução significativa na exposição ao imobiliário por parte destas entidades. Giorgio Albrecht, líder do segmento segurador para o Sul e Leste da Europa na Goldman Sachs Asset Management, reporta que esta é uma tendência que se verifica pelo segundo ano consecutivo.

O setor imobiliário deixou de ser visto como uma aposta segura, sendo agora uma das classes que se espera tenha pior desempenho em 2024. Numa pesquisa realizada com seguradoras que gerem cerca de 13 triliões de dólares em ativos, 34% dos inquiridos colocaram o imobiliário atrás apenas dos criptoativos em termos de expectativa de desempenho negativo para o próximo ano.

Em 2023, o investimento em imobiliário comercial já havia apresentado uma queda acentuada. Os juros elevados no crédito e as alterações nos padrões de ocupação dos espaços, consequência indireta da pandemia, têm contribuído para esta desvalorização. Esta realidade é amplificada pelos avisos sobre a excessiva exposição da banca a esta classe de ativos, o que diminui ainda mais o seu atrativo.

Perante este cenário, as seguradoras estão agora mais focadas em diversificar suas carteiras de investimentos. Os desafios relacionados à liquidez que afetaram os setores nos últimos anos parecem estar controlados, e as seguradoras veem agora nas ações dos EUA uma oportunidade promissora de retorno a curto prazo. Seguem-se, nas preferências para 2024, investimentos em crédito privado, private equity e dívida pública, conforme a análise de tendências e expectativas do mercado.

Esta reestruturação nas estratégias de investimento sinaliza uma adaptação às novas realidades econômicas globais, com as seguradoras a procurarem assegurar a sustentabilidade e a rentabilidade dos seus portefólios em face de um ambiente de mercado em constante evolução.