Há detalhes legais e financeiros na contratação de um Franchising que estão longe de serem pequenos. Se pretende abrir um Franchising siga estas recomendações.

Muitas pessoas quando pensam em criar um negócio, ponderam a via do Franchising. Existe o know-how, a experiência de uma marca, sendo apenas necessário investir o capital. Porém, antes de mergulhar de cabeça, estude os passos a dar e os riscos envolvidos. Indicamos-lhe cinco cuidados a ter na contratação de um Franchising.

 

A proteção de uma marca não é tudo

Este modelo de negócio assenta numa parceria entre o Franchisador e o Franchisado. A empresa que detém a marca cede a sua utilização, mediante o pagamento de uma contrapartida financeira, ao Franchisado. A principal vantagem de embarcar nesta aventura é a redução drástica do risco inicial. Ao optar por esta solução, já alguém correu o maior risco por si.

Depois, em caso de insucesso, o património que responde é apenas relativo ao montante que investiu. O seu nome não é posto em causa. Não terá de se preocupar com um nome para o seu negócio, nem com a imagem corporativa. A marca está sedimentada, os produtos testados, a base dos estudos de mercado está feita e a estratégia de marketing definida.

Iniciar um negócio em regime de Franchising não é só abrir portas e deixar os clientes entrar por magia. É verdade que há uma marca por trás, mas alguém terá sempre de dar a cara. Cada Franchising é único e a alma do negócio está no Franchisado. O sucesso depende de si. Mas não se esqueça que o sucesso dá muito trabalho.

 

60% de capitais próprios

Tendo em conta os riscos que o Franchising envolve, é recomendável que pelo menos 40% a 50% do investimento inicial seja composto por capitais próprios. Mas o ideal é assegurar os 60%. Se não dispõe de dinheiro suficiente, pode partilhar o projeto (e a sua parte dos riscos!) com alguém da sua confiança.

Conte à partida com os custos do imóvel, eventuais obras, conte também com a contratação de colaboradores, com as despesas decorrentes do contrato (direito de entrada, royalties, taxa de publicidade...) e com a constituição do stock inicial.

Caso precise de recorrer a financiamento bancário, existem diversas instituições de crédito que dispõem de oferta específica para o Franchising. O microcrédito pode ser uma alternativa para os empresários que têm dificuldade em obter crédito junto da banca, mas o montante solicitado não pode exceder os quinze mil euros.

Outra alternativa consiste nos programas de apoio, incentivos ou subsídios a fundo perdido. Uma visita ao Centro de Emprego da sua área vai ajudá-lo a conhecer as possibilidades.

Mas que negócio escolher? Selecione as suas áreas de interesse e aptidões. Depois, compare as várias marcas que trabalham na mesma área e perceba o que as distingue da concorrência.

 

Estude a fundo o Franchisador

Na hora de ver quem é o Franchisador, recolha toda a informação possível: o histórico da marca, o retrato atual dos modelos de gestão, o potencial de crescimento e a imagem são elementos a ter em conta.

Lembre-se de que a apresentação de contas fiáveis só é possível se este estiver no mercado há pelo menos um ano, mas é desejável que haja um histórico mais extenso. Não acredite cegamente nos estudos de mercado e nos planos de viabilidade que este disponibilizar. Uma marca pode funcionar bem noutros mercados, mas isso não é garantia de sucesso no seu.

Se a marca já foi testada no mercado nacional, visite os estabelecimentos e troque ideias com outros Franchisados (peça os contactos ao próprio Franchisador). Esses interlocutores dar-lhe-ão uma perspetiva mais realista de todo o negócio.

Esclareça junto do Franchisador quais são os serviços por ele prestados em cada uma das fases do negócio. Alguns dão apoio na elaboração do projeto da loja, na disponibilização dos equipamentos, na formação dos empregados e até mesmo na negociação do financiamento. Também há quem apoie a fase de abertura com campanhas publicitárias e com a organização do evento. Tudo isto varia muito de Franchisador para Franchisador.

 

Opte por arrendar o local

O local é um dos fatores mais pesados no investimento inicial, uma vez que não se trata de um custo emergente do contrato, mas sim de um custo adicional. A escolha de um imóvel arrendado, em detrimento de um imóvel adquirido, por exemplo, contribui para uma redução substancial do investimento inicial e para uma mitigação do risco. Caso o negócio não atinja o sucesso esperado, será mais fácil desvincular-se das responsabilidades.

Se já tem em vista uma determinada zona, recolha todas as informações. Fatores como a densidade populacional, a distribuição da população por faixas etárias, as classes sociais, o poder de compra, os hábitos de consumo e a concorrência existente, são fundamentais para acreditar na viabilidade do negócio. As acessibilidades, a possibilidade de estacionamento, o número de carros e de peões que passam por dia no local, tudo é importante.

 

Contratos flexíveis q.b

O contrato de Franchising não se encontra regulamentado na lei portuguesa. O Código Deontológico Europeu para o Franchising dá alguns princípios orientadores, mas não passam disso mesmo. As partes têm uma ampla margem de negociação.

A existência de cada vez mais concorrência no universo do Franchising tende a tornar os contratos cada vez mais flexíveis. Mas é importante ter consciência que este deve assegurar um certo equilíbrio entre as partes.

O principal cuidado é solicitar a minuta do contrato com uma antecedência razoável relativamente à assinatura do mesmo.

Só assim pode analisar todos os termos contratuais e, em caso de necessidade, pedir apoio a quem sabe. Assegure-se de que está a negociar com os verdadeiros representantes da marca. Solicite a Certidão Permanente da empresa e confirme os dados da marca junto do Instituto Nacional de Propriedade Industrial.

Quanto ao prazo, importa salientar que este contrato é de execução continuada, pelo que é desejável que esteja prevista a renovação automática por, pelo menos, um período. Desta forma, terá mais tempo para formar certezas acerca do retorno do investimento financeiro realizado.

Caso o contrato preveja a possibilidade de denúncia por qualquer das partes, verifique quanto tempo está previsto para o pré-aviso. Não deixe de exigir um pré-aviso que seja suficiente para conseguir organizar a sua vida.

Os valores previstos para o direito de entrada, para os royalties e para a taxa de publicidade são elementos essenciais do contrato. Estes valores oscilam consoante a marca e a capacidade de negociação do Franchisado. À partida, não será possível que alguma das referidas despesas possa ser anulada, mas os respetivos valores podem ser negociados.

Quanto aos royalties, por exemplo, a forma como serão calculados e a periodicidade em que serão pagos são quase sempre negociáveis.

Ainda há outro detalhe suscetível de negociação, que é a publicidade. Embora as campanhas publicitárias sejam, em regra, incumbência do Franchisador, pode sempre negociar a possibilidade de vir a desenvolver as suas próprias campanhas.


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Fonte: DECO PROTESTE


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