Estamos a viver um momento crucial no mundo financeiro com a inversão do ciclo de descida dos juros no crédito habitação. Em junho, as taxas Euribor nos prazos mais curtos começaram a cair, enquanto a taxa a 12 meses permaneceu estável. O que isso significa para os consumidores e para quem pretende contrair novos empréstimos? Vamos explorar as implicações e simulações que mostram como as prestações da casa vão ser afetadas.

No último mês, observou-se uma oscilação significativa nas taxas diárias da Euribor. O Banco Central Europeu (BCE) anunciou um corte de 25 pontos base em junho, o que deveria ter um efeito positivo nas taxas a curto prazo. Entretanto, a escalada do conflito do Médio Oriente em meados do mês resultou em um aumento temporário da Euribor, à medida que os investidores se preocupavam com a inflação e sua impacto nos mercados. Com a diminuição das tensões, as taxas começaram a cair novamente, mas não conseguiram recuperar completamente as perdas anteriores.

Essas mudanças nas taxas da Euribor revelam que o indexante está a estabilizar a 12 meses, mas estava a cair nos prazos mais curtos, refletindo uma realidade de mercado que espera que as taxas fiquem cada vez mais baixas no curto prazo. A situação é complexa, mas compreender a média das taxas pode ajudar as famílias a prepararem-se melhor:

  • Euribor a 12 meses: mantêm-se em 2,081%, igual ao valor de maio;
  • Euribor a 6 meses: caiu para 2,050%, menos 0,066 p.p. do que no mês anterior;
  • Euribor a 3 meses: caiu para 1,984%, uma redução de 0,103 p.p. em comparação com o mês passado.

É importante refletir sobre as implicações dessas taxas. Para quem está a considerar um empréstimo à habitação, o impacto nas prestações pode ser significativo. Analisando um empréstimo de 150.000 euros a 30 anos com um spread de 1%, as simulações para julho são as seguintes:

  • Euribor a 12 meses: a prestação mensal é de 638 euros;
  • Euribor a 6 meses: a prestação mensal cai para 636 euros;
  • Euribor a 3 meses: a prestação mensal será de 630 euros.

As famílias que têm créditos habitação a taxa variável terão, portanto, alguns alívios nas suas prestações, mesmo que a Euribor a 12 meses se mantenha estável. Uma comparação ano a ano revela que a taxa estão bastante mais baixas em relação aos 3,65% de um ano atrás.

O Que Esperar Para o Futuro da Euribor?

As expectativas futuras para a Euribor indicam que as taxas a 3 e 6 meses deverão continuar a descer, o que pode ser um grande alívio para as famílias. As decisões do BCE, especialmente na reunião agendada para 24 de julho, terão um impacto direto sobre a evolução da Euribor, assim como a situação geopolítica e as relações comerciais globais.

Os especialistas acreditam que o BCE pode optar por manter os juros inalterados durante o verão, o que proporcionará estabilidade às taxas. Entretanto, as taxas a curto prazo têm um futuro mais promissor e algumas previsões indicam que poderão continuar a cair ao longo do ano.

Em resumo, as condições do mercado estão a mudar, e é vital que os consumidores se mantenham informados e prontos para evitar surpresas desagradáveis no futuro. O mercado de crédito é dinâmico e é a sua responsabilidade acompanhar a evolução das taxas e o que isso significa para as suas finanças pessoais.