Em 2024, Portugal registou um aumento de 1,9% no número de milionários, com 3.200 pessoas a entrarem neste grupo, totalizando cerca de 175 mil pessoas com um património superior a um milhão de dólares.

A nível global, o número de milionários cresceu 1,2%, colocando Portugal acima desta média e consolidando uma tendência de expansão, ainda que mais moderada do que em anos anteriores.

Os 175.000 milionários em Portugal detêm, em conjunto, aproximadamente 376 mil milhões de dólares, o que equivale a cerca de 2,15 milhões de euros por pessoa. Em contraste, a riqueza média por adulto ronda os 163.933 dólares, e a mediana situa-se nos 81.353 dólares, evidenciando uma concentração significativa da riqueza nas camadas superiores da sociedade.

O relatório destaca uma forte preferência dos portugueses por ativos imobiliários, ou seja, 74,5% da riqueza bruta é alocada a propriedade e terrenos, enquanto apenas 36,5% corresponde a ativos financeiros. O nível de endividamento mantém-se controlado, representando cerca de 10,9% da riqueza total.

É importante realçar que, apesar do crescimento do número de milionários, a desigualdade no acesso à riqueza e aos recursos continua a ser uma questão premente em Portugal. A alta concentração de riqueza demonstra que, enquanto uma parte da população vê a sua fortuna a aumentar, a maioria ainda enfrenta desafios económicos significativos.

Com o aumento do número de milionários, há também um impacto direto no setor imobiliário. A preferência por propriedades como forma de investimento revela uma tendência preocupante: o acesso à habitação pode tornar-se cada vez mais difícil para os cidadãos comuns, que não conseguem competir com os investidores de luxo.

Ainda assim, o futuro promete esperança. Os novos milionários trazem consigo um potencial para o investimento no território nacional, contribuindo para o crescimento económico e a criação de novos postos de trabalho. A chave será garantir que esse crescimento seja inclusivo, beneficiando não apenas a camada mais alta da sociedade, mas também aqueles que lutam diariamente.

Em suma, enquanto Portugal celebra o aumento do número de milionários, também deve refletir sobre as desigualdades que este fenómeno acarreta e procurar formas de equilibrar o crescimento da riqueza de modo a beneficiar o bem-estar geral da nação. O desenvolvimento sustentável e a inclusão social devem ser a prioridade dos próximos anos.