A construção de casas em Portugal arrancou o ano bem dinâmica. Foram concluídas 6,7 mil casas novas no início de 2025, representando um aumento anual de 18,4%. E foram muitos os processos de licenciamento que saíram das câmaras municipais, tendo sido registadas 10,2 mil casas novas com licença atribuída entre janeiro e março, mais 36% face ao mesmo período do ano passado, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Milhares de casas em Portugal foram concluídas no arranque deste ano, tendo sido ou colocadas no mercado ou entregues às famílias que as compraram em planta. É isso mesmo que revelam os dados do INE esta quinta-feira, dia 12 de junho: “No primeiro trimestre de 2025, foram concluídos 6,7 mil fogos em construções novas para habitação familiar, correspondendo a um aumento de 18,4% face ao mesmo período de 2024, após um crescimento de 11,8% no quarto trimestre de 2024”.

Uma vez mais, foi a região Norte que concentrou a quota mais expressiva das casas novas concluídas no início de 2025 (41,4%), seguida da Grande Lisboa (15,7%). Aliás, o instituto destaca que “no primeiro trimestre de 2025, as regiões do Norte e Centro concentraram mais de metade dos fogos concluídos em construções novas para habitação familiar (55,9%)”.

Quanto ao total de edifícios - que inclui construções novas, ampliações, alterações e reconstruções -, o instituto revela que foram concluídos 3,9 mil prédios neste período, correspondendo a um aumento homólogo de 1,1% e a uma “inversão da redução” de 3,6% verificada no trimestre anterior. “As construções novas mantiveram-se predominantes, representando 82,5% do total de edifícios concluídos” ao totalizar 3,2 mil imóveis (+1,5%). Dentro das novas construções, destaca-se a conclusão de 2,5 mil edifícios para habitação familiar, tendo crescido 1,6% num ano.

Casas novas com licença crescem 36% - Norte impulsiona setor

A fileira da construção e imobiliário ainda está à espera da revisão ao simplex dos licenciamentos urbanísticos que entrou em vigor há mais de um ano e tem gerado dúvidas entre os vários players. Mas, mesmo assim, não deixam de avançar com novos projetos habitacionais.

Só no início de 2025, “foram licenciados 10,2 mil fogos em construções novas para habitação familiar, um aumento de 36,0% face ao mesmo período de 2024 (+23,5% no quarto trimestre de 2024)”, revela ainda o gabinete de estatística português.

E onde é que vão nascer estas casas novas? Quatro em cada dez fogos licenciados vão ser desenvolvidos na região Norte, mantendo-se como “principal região impulsionadora” da construção de habitação. A Grande Lisboa registou o segundo maior peso nos fogos licenciados (21,3%) e o Centro o terceiro (15,6%).

Já a evolução de novas casas com licença não foi linear a nível regional. O INE destaca os “aumentos significativos” anuais registados em três regiões em particular:

  • Região Autónoma da Madeira (+139,7%): este “crescimento acentuado (…) deveu-se, em grande medida, ao aumento do licenciamento de novos fogos no município do Funchal”;
  • Grande Lisboa (+126,4%): “o aumento do número de fogos licenciados refletiu um conjunto de operações de licenciamento de maior dimensão, com destaque para novos fogos licenciados nos municípios de Loures, Lisboa e Sintra”;
  • Região Autónoma dos Açores (+78,6%): “o crescimento foi impulsionado sobretudo por licenciamentos de novos fogos nos municípios de Ponta Delgada e da Lagoa”.

Por outro lado, a Península de Setúbal, o Alentejo e o Algarve foram as únicas regiões a registar variações anuais negativas no número de casas novas licenciadas, com decréscimos de 26,7%, 24,9% e 4,8%, respetivamente.

No que ao licenciamento de edifícios em Portugal diz respeito (construções novas, reabilitação e demolições), foram licenciados 7,1 mil prédios no início de 2025 (+20,3%). “Do total de edifícios licenciados, 74,1% destinavam-se a construções novas, dos quais 80,7% tinham como finalidade a habitação familiar,” refere o INE. Tanto o licenciamento para construções novas, como para reabilitação aumentou no último ano em torno de 20%.