A Crise Imobiliária na China: Descubra Como um Fundo Público de 10,9 Biliões de Yuan Está a Revolucionar o Setor!
A China está a enfrentar uma grave crise no seu setor imobiliário, e para lidar com esta situação, o país recorreu a um fundo público de habitação no valor de 10,9 biliões de yuan (cerca de 1,3 biliões de euros). Este fundo não só oferece uma alternativa aos empréstimos bancários, como também se tornou uma solução vital para os cidadãos que aspiram à casa própria.
O Aumento da Importância do Fundo de Habitação
Com o aumento da cautela dos bancos devido à compressão das margens de lucro, o programa estatal de poupança ganhou uma nova relevância. Em 2023, surpreendentemente, o fundo superou os bancos no volume de empréstimos concedidos, atingindo 8,1 biliões de yuan (mais de um bilião de euros) em hipotecas ativas.
Chen Wenjing, diretora de investigação na China Index Holdings, destacou que esta medida é uma das principais formas de apoiar o mercado imobiliário, que continua a enfrentar enormes pressões. Muitos governos locais começaram a utilizar este mecanismo como uma forma de aliviar os encargos com os empréstimos.
O Modelo Inspirado em Singapura
Implementado na China há três décadas, este fundo é obrigatório e exige contribuições mensais tanto de trabalhadores como de empregadores. Os créditos oferecidos são frequentemente mais vantajosos, com taxas de juros mais baixas do que as dos bancos. Este modelo é inspirado no sistema de habitação pública de Singapura e visa facilitar o acesso à propriedade.
Desafios no Setor Imobiliário
Apesar dos esforços, o setor imobiliário enfrenta vendas em declínio. De acordo com a Bloomberg Intelligence, as 100 maiores promotoras imobiliárias da China devem ver uma queda de pelo menos 10% nas vendas em 2025, uma diminuição alarmante em relação aos números de 2020.
Além disso, as vendas residenciais continuam a cair, com a Country Garden, uma das principais promotoras, a registar uma queda dramática de 28% nas vendas. Os compradores mostram-se cautelosos face à saúde financeira das empresas do setor.
Facilitando o Acesso ao Crédito
Para revitalizar o mercado, pelo menos 50 cidades na China aliviaram os critérios de acesso ao fundo de habitação, aumentando os limites de crédito. Shenzhen, a cidade mais cara da China, agora permite o uso dos depósitos do fundo para o pagamento da entrada na compra de casas.
Em Pequim, o fundo financiou 33% das hipotecas residenciais em 2023, um aumento significativo em relação aos 29,4% em 2020. Apesar da recente redução na taxa de juro dos créditos, que passou a ser 0,9% mais barata do que os empréstimos bancários, analistas alertam que esta diminuição é apenas marginal e poderá não impactar significativamente as vendas de habitação.
Perspectivas Futuras
Os dados oficiais mostram que, em 2024, o volume de empréstimos do fundo cresceu 3,4%, enquanto o crédito habitação concedido por bancos comerciais registou uma queda de 1,3%. Ao contrário dos bancos, o fundo apresenta uma liquidez forte, oriunda das contribuições regulares de aproximadamente 180 milhões de trabalhadores e empregadores.
É essencial acompanhar a evolução do mercado imobiliário chinês e as suas dinâmicas, especialmente neste momento crítico onde todos os olhos estão voltados para as estratégias que poderão ajudar neste processo de recuperação.