Os Créditos Habitação em Portugal: O Que Esperar Após a Queda das Taxas?
Atualmente, o cenário para quem procura um crédito habitação em Portugal é bastante atrativo. As ofertas são competitivas e as taxas de juro, principalmente as da Euribor, têm vindo a descer. Contudo, muitos especialistas alertam que esta situação pode estar prestes a mudar. Vamos entender por quê.
A Situação Atual do Crédito Habitação
No último ano, as taxas Euribor têm apresentado uma tendência de descida, e atualmente encontram-se muito próximas dos 2%. Isso tem contribuído para a redução das prestações mensais de crédito habitação, tornando a compra de casa uma opção mais viável para muitos portugueses. Além disso, os bancos têm promovido campanhas com taxas mistas e variáveis a partir de spreads de 0,7%, o que tem incentivado ainda mais as contratações.
O Futuro das Taxas Euribor
Contudo, é importante notar que, à medida que o Banco Central Europeu (BCE) altera as suas taxas de juro diretoras, os efeitos nas taxas Euribor podem ser diferentes. Recentemente, ocorreu uma diminuição de 25 pontos base nas taxas do BCE, mas isso pode não ser suficiente para continuar a alimentar a descida das Euribor a longo prazo. Segundo Miguel Cabrita, especialista no assunto, a atual descida das Euribor pode ser um sinal de que estamos perto do fim deste ciclo de descida.
Previsões para o Mercado de Crédito Habitação
De acordo com previsões feitas por analistas, a Euribor a 12 meses poderá estabilizar em torno de 1,9% até ao final de 2026, o que é uma melhoria em relação a anos anteriores, mas implica que a margem para a descida das taxas está a encurtar. Em contrapartida, a Euribor a 3 meses poderá cair para 1,71%, oferecendo assim condições ainda mais favoráveis no curto prazo.
Preparação para as Possíveis Mudanças
Num cenário onde as taxas Euribor possam subir novamente, as famílias precisam estar atentas à possibilidade de aumentar os spreads. Isso pode afetar diretamente o custo total do crédito habitação, por isso é crucial que as famílias analisem cuidadosamente as propostas de várias instituições bancárias.
A simulação feita para um empréstimo de 150.000 euros a 30 anos a uma taxa variável ilustra bem esta situação: se a Euribor a 6 meses descer para 1,75%, a prestação mensal poderá cair de 617 euros para 588 euros. Contudo, se os spreads forem aumentados, este benefício pode se dissipar rapidamente.
Conclusão
Embora o atual cenário do crédito habitação em Portugal seja ainda otimista, a vigilância constante às mudanças do mercado é crucial. As famílias devem estar preparadas para as flutuações das taxas Euribor e dos spreads, mantendo-se informadas sobre as melhores ofertas disponíveis e consultando especialistas quando necessário.