Descubra por que os depósitos bancários estão a perder valor em Portugal!

No final de abril de 2025, os depósitos de particulares nos bancos residentes em Portugal atingiram um valor recorde de 193,1 mil milhões de euros. Este montante representa um aumento de 506 milhões de euros em relação a março do mesmo ano e um crescimento de 897 milhões de euros em comparação com abril de 2024. Contudo, apesar dos números impressionantes, uma tendência preocupante está a emergir: as taxas de variação dos depósitos de particulares desaceleraram pelo sexto mês consecutivo.

O Banco de Portugal (BdP) revela que esse aumento é impulsionado pelo crescimento das responsabilidades à vista, predominantemente constituídas por depósitos à ordem. No entanto, este crescimento é parcialmente ofuscado pela diminuição dos depósitos a prazo, que incluem os depósitos com prazo acordado e os depósitos com pré-aviso. Embora o stock total de depósitos tenha crescido, a realidade é que muitos depositantes estão a sentir os efeitos de uma rentabilidade negativa.

Uma observação relevante é a afirmação da Comissária Europeia para os Serviços Financeiros, Maria Luís Albuquerque, que destacou que "é seguro que se perde dinheiro" em depósitos a prazo. Segundo ela, a rentabilidade real dos depósitos tem demonstrado ser negativa nos últimos anos, levando à certeza de que os depositantes estão a perder poder de compra. Esta perspectiva pode ser alarmante para muitos que tradicionalmente achavam que os depósitos bancários eram uma forma segura de proteger o seu dinheiro.

Contrastando com o cenário dos depósitos, os certificados de aforro têm visto um aumento nas subscrições líquidas, levando muitos a questionar a segurança e a viabilidade contínua de manter grandes quantias em contas de depósitos em vez de investir em alternativas que possam oferecer retornos mais satisfatórios.

Enquanto o BdP continua a monitorar a situação, a desaceleração no crescimento dos depósitos pode ser atribuída à redução das taxas de remuneração destes produtos. Isso significa que, à medida que a inflação persiste, os juros que os bancos oferecem podem não ser suficientes para compensar a diminuição do valor real do dinheiro depositado.

A conferência anual da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) discutiu também a necessidade de promover a literacia financeira e incentivar poupanças de longo prazo. Maria Luís Albuquerque mencionou a importância de capacitar os cidadãos europeus na gestão das suas finanças, promovendo investimentos mais informados e eficazes.

Este é um momento crucial para os cidadãos avaliando as suas opções financeiras. Com a promessa de uma economia instável e a inflação em alta, muitos poderão optar por explorar possibilidades de investimento mais robustas que ofereçam a esperança de preservação do capital e até mesmo crescimento real.

Em suma, a situação atual dos depósitos bancários em Portugal apresenta desafios significativos. Os cidadãos são convidados a reconsiderar a maneira como guardam e investem o seu dinheiro, tendo em mente as diretrizes das autoridades financeiras e as suas circunstâncias pessoais.