A Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP) já tinha iniciado conversações com o anterior Executivo da AD para simplificar a entrada dos fundos de investimento imobiliário no mercado de arrendamento acessível. Agora, a expectativa é continuar este trabalho com o novo Governo, que deverá ser liderado por Luís Montenegro.
Um dos principais pontos que surge no programa da AD na área da habitação é a atração de investidores privados para construir mais casas a preços acessíveis, uma medida essencial para resolver a crise habitacional que afeta o país. Esta proposta alinhada com os interesses da APFIPP, cuja missão é representar os fundos de investimento em Portugal, visa incrementar a oferta de habitação a preços acessíveis.
Sobre os fundos imobiliários, João Pratas, presidente da APFIPP, destaca a importância de abrir espaço para investimentos em habitação acessível. "Seria crucial incentivar os nossos associados a investirem nesta área, dado que a maior parte dos fundos está voltada para o comércio e a indústria, e pouco têm contribuído para a habitação, principalmente a acessível, que é uma necessidade premente no país", salienta.
João Pratas aponta também a existência de um "problema técnico" que requer resolução. A criação de condições que permitam que os fundos de investimento e os fundos de pensões tenham um regime equivalente ao dos particulares que investem em renda acessível é um dos aspectos que precisam de ser revistos. Enquanto os investidores privados beneficiam de um teto nas rendas, seguido de isenção fiscal, os fundos ainda não têm um regime equivalente que facilite o seu investimento, o que tem implicações sérias na captação de recursos para este nicho.
O presidente da APFIPP evidenciou que houve uma aproximação entre o Governo anterior e a associação, mas a evolução não foi suficiente para transformar a realidade. Ele defende que é necessário revisar o regime de arrendamento habitacional, as regras de licenciamento e as áreas mínimas de construção para evitar entraves desnecessários à criação de habitação.
Após sentir a abertura do anterior Governo em relação a soluções que tornem o investimento em habitação acessível mais atractivo, João Pratas vê os resultados das recentes eleições de forma positiva e animadora. A nova liderança da AD traz a esperança de que se poderá continuar a debater e trabalhar em soluções que beneficiem tanto a classe investidora quanto as famílias que enfrentam dificuldades em aceder à habitação.”
O futuro do investimento em habitação acessível em Portugal pode estar a mudar. Segundo João Pratas, as novas oportunidades de diálogo com o Governo podem permitir a implementação de incentivos fiscais e outras medidas que tornem o investimento em arrendamento acessível mais atrativo para os fundos imobiliários. É uma questão de tempo para ver se as promessas se concretizam e se conseguiremos combater a crise de habitação que tanto aflige os portugueses.