Câmara de Coimbra Dará Terrenos à Cooperativa Mondego para Habitação a Custos Controlados: O Que Isso Significa para a Cidade?

No dia 26 de maio, o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, anunciou a aceitação da cooperativa Mondego em receber três terrenos municipais. Este passo visa a construção de habitação a custos controlados, um tema que é cada vez mais pertinente na atualidade devido à crise habitacional que muitas cidades enfrentam.

O Contexto da Cedência dos Terrenos

A negociação da cedência dos terrenos não foi simples. Em abril, surgiram preocupações sobre os custos associados à infraestruturação dos lotes, localizados na zona da Arregaça. Durante uma reunião da Câmara, o presidente confirmou que a cooperativa havia aceitado os terrenos, mas foi mencionado que a formalização do acordo ainda teria de ser realizada em data a combinar.

Reações dos Vereadores

A decisão gerou reações diversas entre os vereadores. A vereadora Ana Bastos, responsável pela área do urbanismo, explicou que a cedência dos lotes se manterá nas mesmas condições previamente estabelecidas, incluindo os custos de urbanização. Por outro lado, a vereadora do PS, Regina Bento, criticou a Câmara por condicionar a cedência à obrigação de investimento em infraestruturas, sugerindo que esta abordagem tratava a cooperativa como uma entidade privada e não como uma solução social.

Investimento Necessário em Infraestruturas

O presidente da Cooperativa Mondego, Adelino Besteiro, alertou numa mensagem anterior que a entrega dos terrenos não seria isenta de custos. A cooperativa teria de investir cerca de 200 mil euros em estrutura viária, obrigatoriedade que gerou debate no seio da Câmara. Esta situação levanta questões sobre como o município está a gerir as suas parcerias com cooperativas de habitação e qual o impacto que isso pode ter na solução da crise habitacional.

A Importância do Apoio às Cooperativas de Habitação

O vereador da CDU, Francisco Queirós, sublinhou a importância do apoio às cooperativas de habitação num contexto de grave crise habitacional. A crescente discussão em torno deste tema evidencia a necessidade de soluções inovadoras e sustentáveis para garantir que todos os cidadãos tenham acesso a habitação digna.

Avanços no Urbanismo da Câmara

José Manuel Silva também se mostrou otimista em relação ao trabalho realizado pelo Departamento de Urbanismo da Câmara, apontando que Coimbra foi o terceiro município em 2024 a conceder mais licenciamentos, logo atrás do Porto e da Maia. Este fato não só destaca a eficiência do trabalho da Câmara, mas também mostra o potencial crescimento urbano do concelho.

Conclusão

A cedência dos terrenos à Cooperativa Mondego é um passo positivo na direção da criação de habitação a custos controlados em Coimbra. Contudo, a necessidade de investimento em infraestruturas e os debates entre vereadores mostram que ainda há muito a ser discutido para garantir uma habitação acessível a todos os cidadãos. O compromisso da Câmara em colaborar com cooperativas e o avanço nos licenciamentos são sinais de que a cidade está a traçar um caminho para enfrentar a crise habitacional de forma mais eficaz.