O Que a Excesso de Regulação Está a Fazer à Banca Portuguesa? Descubra Agora!
No passado dia 26 de maio, na Money Conference em Lisboa, a regulação do setor bancário foi tema central nas intervenções do presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Vítor Bento, e da vice-governadora do Banco de Portugal, Clara Raposo. Este encontro realçou as tensões entre a necessidade de supervisão regulatória e o impacto desta sobre a competitividade do setor bancário em Portugal.
Excesso de Exigências: Uma Pedrada no Charco
Vítor Bento argumentou que a banca portuguesa enfrenta um excesso de exigências, tanto a nível europeu como português, o que, segundo ele, prejudica a competitividade dos bancos nacionais em comparação com outros acionistas e operadores financeiros. Segundo Bento, as exigências e a burocracia instauradas promovem não apenas uma cultura de aversão ao risco, mas também comprometem o bem-estar social.
A Crítica da Regulação Burocrática
Uma das críticas que emergiu da conferência foi a natureza penalizadora das contribuições para o Fundo de Resolução e os impostos sobre o setor. Bento sustentou que a ponderação do risco dos ativos dos bancos portugueses força-os a manter mais capital reservado, levando à conclusão de que "o capital dos bancos portugueses vale menos para os reguladores europeus que o dos outros países". Esta realidade levanta questões sobre a atratividade de Portugal como destino para investimentos bancários.
Defesa da Regulação pelo Banco de Portugal
Contrapondo a crítica de Bento, Clara Raposo, vice-governadora do Banco de Portugal, defendeu que a regulação e supervisão são fundamentais para que os bancos sejam mais resilientes e estejam preparados para enfrentar eventuais crises. Segundo Raposo, os resultados dos bancos demonstram uma capacidade notável de gestionar as exigências regulatórias e continuar a gerar lucros, mesmo em um ambiente de incerteza económica.
Importância da Prudência na Gestão de Lucros
A vice-governadora sublinhou a importância de que os bancos saibam investir os resultados acumulados nos últimos anos, enquanto mantêm prudência na constituição de imparidades e preservação de capital. Este conselho reveste-se de maior relevância num contexto em que se prevê uma redução dos lucros, impulsionada pela gradual descida das taxas de juro.
Reflexões Finais
A dinâmica entre a regulação e a performance dos bancos portugueses continua a ser debatida por especialistas e agentes do setor. O equilíbrio entre supervisão adequada e a competitividade do mercado bancário será determinante para o futuro da banca em Portugal. Assim, a conferência não apenas destacou as preocupações sobre a regulação excessiva, mas também destacou a importância de uma abordagem prudente na gestão e no investimento.
O futuro da banca em Portugal é incerto, mas o diálogo entre as entidades reguladoras e os representantes do setor é crucial para moldar um ambiente financeiro robusto e resiliente. Fique atento a mais desenvolvimentos neste tema que afeta a todos nós.