Conglomerado Wanda Vende 48 Centros Comerciais por 6 Mil Milhões de Euros: O Que Isto Significa para o Mercado Imobiliário Chinês?
O conglomerado Wanda recebeu as luzes verdes das autoridades chinesas para realizar a venda de 48 centros comerciais a um consórcio de investidores, num negócio que pode chegar a 50 mil milhões de yuan, o que equivale a cerca de 6.084 milhões de euros. Esta notícia foi avançada pela imprensa local no dia 26 de maio.
O jornal oficial China Daily noticiou que a Administração Estatal para a Regulação do Mercado (SAMR) deu a autorização necessária para essa operação, que terá na sua linha de compradores gigantes como a gestora de ativos PAG e a gigante tecnológica Tencent.
Mas o que significa este negócio para o mercado imobiliário comercial da China? Em primeiro lugar, é um sinal claro de que as empresas tecnológicas e financeiras estão cada vez mais atentas às oportunidades que surgem neste setor, especialmente num momento em que a crise imobiliária se prolonga e a procura continua a ser fraca.
Os 48 centros comerciais em questão estão estrategicamente localizados em várias cidades importantes da China, incluindo Pequim e Cantão, o que os torna ainda mais valiosos aos olhos dos investidores.
Ainda que a SAMR não tenha confirmado oficialmente o valor da operação, fontes do mercado citadas pelo jornal Securities Times insinuam que o valor pode mesmo ser de 50 mil milhões de yuan. Esta operação é emblemática e ilustra como as dinâmicas do mercado imobiliário chinês continuam a evoluir.
Este negócio surge também após a PAG já ter feito parte de um acordo anterior, onde a Wanda vendeu 60% da sua subsidiária de gestão de centros comerciais por um valor de cerca de 60 mil milhões de yuan. Este movimento estratégico visa evitar um reembolso imediato de 30 mil milhões de yuan mais juros, decorrente da IPO falhada da sua subsidiária, Zhuhai Wanda.
Desde 2021, a Wanda tenta realizar estas negociações, tendo os seus planos enfrentado desafios devido ao escrutínio rigoroso dos reguladores chineses. Agora, a pressão de liquidez tem levado o conglomerado a vender ativos e a procurar novos meios de angariação de fundos.
Além disso, o fundador da Wanda, Wang Jianlin, já teve participações significativas em diversos negócios internacionais, incluindo uma fatia no Atlético de Madrid e a propriedade do icónico Edifício Espanha em Madrid.
Em suma, a venda de 48 centros comerciais por parte do conglomerado Wanda não é apenas uma mudança no portefólio da empresa, mas sim um reflexo das dificuldades do mercado imobiliário chinês e do interesse crescente das grandes empresas pela recuperação deste setor. Será interessante acompanhar o impacto desse tipo de operação nas dinâmicas do mercado e no futuro da Wanda.