Nos últimos meses, as taxas de juro aplicadas aos créditos habitação em Portugal têm apresentado uma tendência de queda, uma boa notícia para muitos novos compradores e proprietários que aguardam para refinanciar. A desvalorização da Euribor tem contribuído significativamente para esta evolução, permitindo a contratação de taxas mistas mais acessíveis. O Instituto Nacional de Estatística (INE) destacou que, em abril, a taxa de juro implícita nos créditos habitação caiu para 3,663%, uma diminuição de 7,2 pontos base (p.b) face a março, onde o valor se encontrava em 3,735%.

A exemplar redução das taxas de juro leva a uma diminuição da prestação média mensal da casa, que se situou em 396 euros em abril, na verdade, dois euros abaixo do valor de março e 8 euros abaixo de abril de 2024. Contudo, é importante notar que, apesar dessa descida, a fatia dos juros continua a ser a maior parte do valor da prestação mensal:

  • Pagamento de juros: 213 euros (54% do total);
  • Capital amortizado: 183 euros (46%).

Contudo, é alarmante que a redução da prestação média não se tenha acompanhado igualmente da diminuição dos juros, uma vez que o montante médio em dívida continua a aumentar. Em abril, o valor médio em dívida ascendeu a 70.413 euros, mostrando um acréscimo de 384 euros em relação ao mês anterior.

Juross nos Novos Créditos Habitação Subiram em Abril

Ainda que as taxas de juro nos novos créditos habitação tenham sido atraentes, houve um ligeiro aumento em abril. Os contratos celebrados entre fevereiro e abril viram a taxa de juro subir de 3,048% em março para 3,060% em abril, um aumento de 1,2 p.b. Apesar disso, há ainda uma diminuição acumulada de 132,0 p.b. desde o máximo registado em outubro de 2023.

Nos contratos de crédito habitação celebrados para aquisição de casa, os juros também registaram uma subida, fixando-se em 3,059%, o que representa um aumento de 1,4 p.b. em comparação com o mês anterior. O resultado? Um valor médio da prestação da casa que aumentou 17 euros em abril, atingindo um total de 621 euros, o que equivale a uma subida de 1,6% em termos homólogos.

Além do aumento dos juros, a crescente prestação nos novos contratos pode ser atribuída ao aumento do montante médio em dívida, que atinge agora 150.231 euros em abril, evidenciando um aumento significativo de 5.724 euros comparativamente a março.

O que Esperar dos Créditos Habitação?

Para muitos portugueses que chegaram a aproveitar a queda nas taxas de juro, é essencial considerar a situação do crédito habitação com cautela. É sempre uma boa ideia consultar especialistas ou realizar uma boa pesquisa de mercado antes de tomar decisões financeiras tão importantes.

Entender a evolução das taxas de juro e o impacto dos aumentos e descidas na sua prestação mensal é crucial. A informação está à mão e o conhecimento é poder. Esteja atento às notícias e mantenha-se informado para garantir o melhor negócio na sua situação financeira.