Até há pouco tempo, a Euribor a 12 meses era a taxa mais baixa entre os três prazos mais contratados em Portugal. No entanto, no final da semana passada, assistimos a uma reviravolta: a Euribor a 3 meses passou a apresentar o menor valor de todos. Esta mudança é o primeiro sinal da inversão do ciclo de descida dos juros no crédito habitação. Vamos explicar porquê.
Foi no final de 2023 que se começaram a assistir às primeiras quedas da Euribor, uma tendência protagonizada pela taxa a 12 meses, que foi sendo sempre a mais baixa. Mas na passada quinta-feira (dia 15 de maio), houve uma mudança significativa: a Euribor no prazo mais longo deixou de ser a mais baixa de todas. Esta posição passou a ser ocupada pela Euribor a 3 meses.
Na segunda-feira seguinte, dia 19 de maio, observou-se o mesmo padrão: as taxas Euribor desceram para todos os prazos, com o prazo mais curto a fixar-se em 2,075%, abaixo da taxa a seis meses (2,120%) e a 12 meses (2,094%). Na verdade, desde dezembro de 2022 que a Euribor a 3 meses não se encontrava tão baixa.
Esta alteração é crucial para quem está a pagar créditos habitação, uma vez que indica o primeiro sinal de inversão do ciclo de descida dos juros. A Euribor a 12 meses reflete as expectativas sobre a evolução das taxas de juro a longo prazo, demonstrando agora que tem pouca margem para cair emHorizonte Temporal. Em contrapartida, a Euribor a 3 meses reflete a evolução dos juros num prazo mais curto, indicando que ainda há espaço para novas reduções nos próximos meses.
A evolução das taxas Euribor está também associada às decisões do Banco Central Europeu (BCE), que já cortou os juros sete vezes desde junho do ano passado. As atenções dos analistas estão agora voltadas para a reunião de política monetária marcada para 6 de junho, onde é esperado um novo corte. Os analistas da Ebury Portugal afirmam: “Acreditamos que existe uma elevada probabilidade de o BCE voltar a reduzir as taxas em junho, e a recente revisão em baixa dos dados do PIB do primeiro trimestre poderá abrir caminho para novas reduções”.
Por outro lado, é importante salientar que a partir de junho, as decisões de política monetária do BCE dependerão, em grande medida, das negociações comerciais entre a União Europeia e os EUA, pelo que se acredita que a Euribor a 12 meses se manterá mais estável em maio e, em junho, poderá novamente retomar a sua trajetória descendente, caso se concretize o esperado corte das taxas.
É um período de grande incerteza, mas também de oportunidades para quem está a pensar em crédito habitação. A descida das taxas pode significar que é o momento ideal para renegociar contratos ou para quem pensa em adquirir a casa dos seus sonhos. O mercado imobiliário está em constante evolução e agora, mais do que nunca, é importante estar bem informado.
Portanto, fique atento às notícias sobre a Euribor e as decisões do BCE. Compreender como essas variáveis afetam o seu crédito habitação pode fazer uma grande diferença no seu orçamento familiar e na sua qualidade de vida. O futuro pode ser promissor, mas é sempre prudente estar preparado para as mudanças.