A crise imobiliária na China continua a agravar-se, com os preços das casas novas a caírem pelo 23.º mês consecutivo em abril. Este cenário é ainda mais preocupante, uma vez que a descida no preço foi mais acentuada do que no mês anterior, desafiando as medidas já implementadas pelo Governo para estabilizar o setor.
Dados do Gabinete Nacional de Estatística (NBS) revelam que os preços em 70 cidades selecionadas caíram 0,12% em abril, comparado com uma descida de apenas 0,11% em março. Este contínuo declínio levanta questões sobre o futuro do mercado imobiliário na segunda maior economia do mundo.
Entre as 70 cidades analisadas, 45 mostraram uma queda nos preços das casas novas, um aumento em relação às 41 cidades que registaram descidas no mês anterior. É importante notar que, entre estas cidades, 22, incluindo grandes centros como Pequim, Shenzhen e Xangai, começaram a observar aumentos, embora este número tenha diminuído em relação a março, onde 24 cidades apresentaram aumentos.
Além disso, o NBS reportou também uma queda de 0,41% nos preços das casas em segunda mão em abril, um ritmo que se acelerou face à descida de 0,2% em março. Neste segmento de imóveis, 64 das 70 cidades tiveram descidas, uma manteve-se estável e apenas cinco registaram aumentos.
A situação é ainda mais complexa, visto que as autoridades chinesas têm vindo a implementar diversas medidas com o intuito de conter o declínio do mercado imobiliário. Este problema é uma preocupação significativa para o Governo de Pequim, uma vez que a habitação é uma das principais formas de investimento para as famílias chinesas e o seu impacto na estabilidade social é considerável.
O setor imobiliário representa cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) da China, incluindo fatores indiretos, segundo analistas. Portanto, a crise atual não é apenas uma questão de números, mas tem profundas implicações para a economia como um todo.
Com a contínua queda nos preços dos imóveis, muitos se questionam sobre o que vem a seguir. As medidas de apoio do governo poderão ser suficientes para reanimar um sector tão crucial? Ou será que o mercado terá que passar por uma correção mais dolorosa antes que se possa ver uma recuperação sustentável?
As notícias do mercado imobiliário chinês serão fundamentais para a avaliação da saúde econômica global, e é vital acompanhar esses desenvolvimentos atentamente. A incerteza continua a ser a palavra de ordem, com muitos investidores e consumidores a aguardarem ansiosamente por sinais de estabilidade.