A Euribor a 12 meses era, até há pouco tempo, a taxa mais baixa entre os prazos mais contratados em Portugal. No entanto, no final da semana passada, assistimos a uma surpreendente reviravolta: a Euribor a 3 meses passou a apresentar o menor valor de todas. Esta mudança pode significar o início de uma nova era para quem tem crédito à habitação. Vamos explicar tudo!

No final de 2023, começámos a ver as primeiras quedas da Euribor, especialmente na taxa a 12 meses, que foi a mais querida pelos consumidores. Contudo, na passada quinta-feira, dia 15 de maio, a situação alterou-se e a Euribor a 3 meses assumiu agora a liderança ao apresentar a taxa mais baixa.

Na segunda-feira, dia 19 de maio, os dados foram ainda mais eloqüentes: as taxas da Euribor desceram para todos os prazos, com a taxa a 3 meses fixada em 2,075%, abaixo da taxa a 6 meses com 2,120% e a 12 meses que se situou em 2,094%. Desde dezembro de 2022 que a Euribor a 3 meses não se encontrava tão competitiva!

Esta alteração é crucial para todos aqueles que estão a pagar créditos à habitação. Ela pode ser interpretada como um sinal de que estamos a assistir a uma inversão do ciclo de descida dos juros. A Euribor a 12 meses, que reflete expectativas de evolução das taxas de juro a longo prazo, sugere que tem pouca margem para descer ainda mais neste horizonte temporal. Em contrapartida, a Euribor a 3 meses reflete um cenário mais imediato, indicando que há espaço para novas reduções e possíveis alívios nas próximas mensalidades.

As curvas 'forward', que têm como objetivo prever as taxas futuras, sugerem que a Euribor a 3 meses deverá encerrar 2025 nos 1,84%, enquanto a Euribor a 6 meses pode cair até 1,93%. Para o início de 2026, a expectativa é que estas taxas continuem a estabilizar antes de iniciar um ciclo de subida em março. Tudo indica que o fim do ciclo de queda da Euribor está próximo.

É essencial lembrar que a evolução das taxas Euribor está intimamente ligada às decisões do Banco Central Europeu (BCE), que já cortou juros sete vezes desde junho do ano passado. Neste contexto, as atenções estão voltadas para a reunião de política monetária que ocorrerá em 6 de junho, onde é esperado um novo corte. Os analistas da Ebury Portugal acreditam que as probabilidades estão a favor de uma nova descida, especialmente após a recente revisão dos dados do PIB do primeiro trimestre.

Os analistas sublinham que, após junho, as decisões do BCE dependerão bastante das negociações comerciais entre a União Europeia e os EUA, o que poderá impactar a estabilidade da Euribor a 12 meses, a qual poderá retomar a sua trajetória descendente, caso se concretize o esperado corte das taxas.

Seja qual for a sua situação, é vital acompanhar a evolução das taxas Euribor e compreender o impacto que podem ter no seu crédito à habitação. Se estas tendências se confirmarem, pode ser a sua oportunidade de aproveitar condições mais favoráveis para o pagamento do seu empréstimo.

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