Em 2024, o número de bebés nascidos em Portugal de mães residentes foi de 84.642, um valor ligeiramente inferior ao ano anterior, mas superior a 2022. Este ano registou-se uma particularidade: um terço dos bebés nasceu de mães de nacionalidade estrangeira, um indicativo do crescente multiculturalismo no país, especialmente nas áreas metropolitanas de Lisboa, Setúbal e no Algarve.
De acordo com dados recentes divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), houve uma diminuição de 1,2% no número de nascimentos comparativamente a 2023, que contabilizou 85.699 bebés. Os detalhes revelam que 43.470 bebés eram do sexo masculino e 41.172 do sexo feminino, mantendo uma relação de masculinidade de 106 – isto é, por cada 100 meninas nascem aproximadamente 106 meninos.
Um dos dados mais significativos é o aumento do número de bebés de mães estrangeiras, que passou dos 21,2% em 2020 para 33,0% em 2024. Este incremento ilustra uma mudança demográfica importante, com uma duplicação desta percentagem nos últimos dez anos. Nas regiões de Grande Lisboa, Península de Setúbal e Algarve a proporção de nascimentos de mães de nacionalidade estrangeira excedeu a média nacional, registando valores próximos ou superiores a 46%.
Estes dados não só demonstram a diversidade crescente na composição populacional de Portugal, como também sugerem implicações a longo prazo para políticas de integração, educação e saúde pública. O fenómeno pode ser interpretado como um reflexo das tendências migratórias, mas também como um sinal das dinâmicas sociais e económicas que atraem cada vez mais pessoas estrangeiras a este país.
A análise deste fenómeno é essencial para entender as mudanças na sociedade portuguesa e adaptar as estruturas existentes às novas realidades demográficas.