Em 2023, o município de Lisboa registou uma receita fiscal de 546 milhões de euros, a mais alta alguma vez alcançada, segundo a Câmara Municipal de Lisboa (CML). A maior parte deste montante, especificamente 305 milhões de euros, provém da compra de habitações na capital, através do Imposto sobre Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT).
Este valor do IMT, que assinalou um aumento de 9% face ao ano anterior, representa mais de metade da receita fiscal da CML pelo segundo ano consecutivo, sob a liderança de Carlos Moedas. Apesar destes números impressionantes, a autarquia enfrentou um prejuízo de 18,6 milhões de euros e viu o seu passivo agravar-se, em parte devido ao financiamento da Jornada Mundial da Juventude.
De acordo com o relatório de gestão de 2023 da CML, a subida do IMT em 24 milhões de euros é justificada por um "crescimento contínuo dos preços dos imóveis à venda no mercado imobiliário de Lisboa". Esta dinâmica é alimentada pela oferta ainda insuficiente face à procura, incluindo a nova construção, e pela crescente imigração de nómadas digitais oriundos de países com rendimentos mais elevados, embora a um ritmo mais lento do que nos anos anteriores.
No relatório observa-se que os "segmentos alto e muito alto" apresentam uma elevada liquidez, com preços por metro quadrado bastante competitivos para investidores internacionais, que em geral possuem capitais próprios.
Este cenário de mercado tem incentivado tanto a venda como a compra de propriedades, impulsionando significativamente as receitas provenientes do IMT, que se tornou uma fonte crucial de financiamento para a autarquia.