Portugal “apanhou” a onda da euforia imobiliária, e deverá permanecer nela nos próximos anos. Os preços das casas irão continuar a subir, de acordo com as previsões da agência de notação financeira Moody's, que estima um aumento de entre 7 e 8% do valor do imobiliário residencial até 2020. O mercado nacional é aquele onde os preços mais vão subir.

A Moody’s antecipa um crescimento moderado nos diferentes mercados europeus, mas realça os casos de Portugal, Holanda e Irlanda, que “deverão ser os que mais irão beneficiar com a valorização dos preços das casas nos próximos dois anos”, segundo escreve o Dinheiro Vivo. O mercado português é, de resto, aquele que apresenta a previsão de uma taxa de crescimento mais elevada na Europa.

“Existem algumas áreas em que o desfasamento entre a procura e a oferta está a levar a uma forte apreciação do preço do imobiliário residencial e comercial”, explicou a agência de notação financeira à referida publicação, acrescentando que o regime fiscal especial para não residentes também “está a impulsionar a procura externa por propriedades residenciais em Portugal.”

A agência notou ainda que “os preços das casas têm estado a aumentar desde meados de 2013” e aceleraram em 2017 “para níveis antes de 2008”.

Bolha imobiliária: sim ou não?

Os sinais de sobrevalorização dos preços das casas estão a preocupar algumas entidades, concretamente o Banco de Portugal (BdP), que em julho implementou novas medidas de restrição sobre o negócio do crédito, para evitar que a rapidez do crescimento do custo dos imóveis coloque outra vez em risco a estabilidade financeira do país, ou que as famílias voltem a enfrentar cenários de sobre endividamento.

No entanto, e ainda que as previsões da Moody’s indiquem uma contínua subida de preços nos próximos dois anos, o economista Filipe Garcia acredita não existirem, para já, razões para alarme.

Segundo o especialista, Portugal não está à beira de uma bolha imobiliária. “Não é evidente que estejamos propriamente numa situação de bolha imobiliária, sobretudo generalizada. Há uma alta de preços, que aceleraram a subida, mas não me parece que configure uma bolha, até comparando com outras cidades a nível internacional", explicou Filipe Garcia à revista Sábado.

Para Filipe Garcia os constantes alertas do BdP têm dois destinatários, “os bancos e os particulares". "Aos bancos, avisa-se para não se exporem em demasia ao risco, como no pré-troika, o que levou a muito malparado no imobiliário, sobretudo comercial e industrial. Quanto aos particulares, os avisos focam muito na capacidade de as famílias conseguirem honrar os compromissos caso se verifique uma subida dos juros ou uma perda de rendimento familiar", concluiu.

Artigo visto em 
Moody’s. Portugal vai liderar subida nos preços das casas (Dinheiro Vivo)