A prestação tem uma taxa de juro
que poderá ser variável (composta pelo spread, ou seja, o lucro do banco), por
uma taxa mista (um período de taxa fixa, seguido de taxa variável) ou taxa
fixa. Saiba qual a melhor opção para o seu caso.
O baixo nível das taxas de juro
tem levado bastantes pessoas a ponderar na possibilidade de fazer créditos com
taxa fixa. Neste artigo vamos alertar para as vantagens e desvantagens de cada
uma das modalidades para que possa acertar na sua decisão.
Como funcionam as taxas EURIBOR
A taxa EURIBOR (European Inter
Bank Offer Rate) é a taxa de referência para os empréstimos entre os bancos na
zona euro. Não importa como é calculada, mas importa perceber que esta é a taxa
que serve de indexante para o cálculo das prestações de créditos, sejam
créditos pessoais ou crédito habitação. Deste modo, a taxa do seu crédito
habitação será calculada como:
EURIBOR + SPREAD = TAXA DE JURO
As taxas de juro têm uma
característica muito importante para todos os agentes económicos, sejam
empresas ou sejam os particulares: adaptam-se ao momento económico. Ou seja:
Em momentos de contração da
economia as taxas de juros irão cair, adaptando-se a uma menor procura por
dinheiro e a uma maior procura por segurança nos investimentos (as famílias
preferem os depósitos a prazo e produtos sem risco). A queda das taxas de juro
visa reduzir a atratividade da poupança (as taxas dos depósitos a prazo caem,
por exemplo) e incentivar o investimento.
As taxas variáveis adaptam-se ao
estado da economia
Se fez um empréstimo com uma taxa
de juro variável (indexada à taxa EURIBOR), sabe que em momentos de crescimento
económico os seus custos irão aumentar. No entanto, para além da tendência de
aumento da sua prestação também será mais provável que tenha melhores condições
financeiras – salários maiores, mais emprego, etc.
Ao estarmos numa situação de
crise económica, como aquela que atravessamos nos últimos anos, há mais
desemprego, mais austeridade… mas as prestações das famílias caíram bastante
(em alguns casos para metade). Assim, temos que as taxas de juro acabam por
amortecer os maus momentos económicos (apesar de prejudicarem quem poupa).
Com uma taxa variável não sabe
quanto irá pagar no próximo trimestre ou no próximo ano. Não tem esta
previsibilidade, o que acaba por obrigar a um maior controlo do seu orçamento.
Adicionalmente, obriga-o a criar uma folga orçamental em caso das taxas de juro
subirem e, com isso, ter um aumento da sua prestação.
As taxas fixas permitem-lhe ter
uma prestação fixa
A vantagem das taxas de juro
fixas consiste na previsibilidade da gestão do seu orçamento familiar. Sabe que
irá pagar sempre a mesma prestação durante um determinado período de tempo.
Atenção que a taxa não é fixa durante todo o contrato. Os contratos de crédito
habitação fixam as taxas de juro durante 5 ou 10 anos. Normalmente não fixam
pelo prazo todo, o que acaba por tornar esta modalidade menos interessante.
A desvantagem do crédito
habitação com taxa fixa, para além desta não se adaptar ao cenário económico
(muitas famílias estão hoje arrependidas de terem uma taxa fixa) está associada
a um fator pouco conhecido… as taxas de longo prazo (5 ou 10 anos) são
tipicamente inferiores às taxas de curto prazo. Deste modo, se hoje fosse fazer
um crédito a taxa fixa iria ser-lhe atribuído um indexante talvez 1 ou 2 pontos
percentuais acima do indexante de curto prazo (utilizado para o crédito
habitação com taxa variável). Ou seja, estará antecipadamente a pagar mais para
se proteger de uma subida abrupta das taxas de juro.
O que concluir?
O crédito habitação com taxa variável será quase sempre mais
barato e mais adaptável do que o crédito a taxa fixa. No entanto, talvez seja
prudente simular diversas alternativas para perceber o diferencial de custos de
modo a tomar a melhor decisão (poupar dinheiro e ter a segurança de que está a
fazer um contrato favorável).
Fonte: Doutorfinanças
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