Uma análise profunda do mercado imobiliário de ultra luxo acompanhada pelas últimas tendências e estatísticas deste segmento de prestígio.
No início de 2025, o mercado imobiliário de ultraluxo mostrou-se robusto, resistindo a incertezas globais como conflitos no Médio Oriente e tarifas provenientes dos EUA. Nos três primeiros meses deste ano, foram registadas 527 transações de casas avaliadas em mais de 10 milhões de dólares, somente nos 12 principais mercados mundiais.
Entre estas cidades, o Dubai destacou-se como o líder incontestável deste segmento.
Com um total de 9,43 mil milhões de dólares movimentados nas vendas, o Dubai registou 111 transações de imóveis de ultraluxo, totalizando 1,9 mil milhões de dólares. Este resultado solidificou a posição da cidade dos Emirados Árabes Unidos como a principal escolha para compradores de alto poder aquisitivo.
“O mercado ‘super-prime’ atingiu um novo patamar ao entrar em 2025”, disse Liam Bailey, responsável global pela pesquisa na Knight Frank.
A segunda cidade que mais vendeu casas de ultraluxo foi Nova Iorque, com 75 negócios que somaram 1,41 mil milhões de dólares. Seguindo de perto, Palm Beach, também nos EUA, contabilizou 74 transações, totalizando 1,35 mil milhões de dólares. Miami, por sua vez, destacou-se com um crescimento anual impressionante de 35% no número de vendas em relação a 2024.
No entanto, não foram todas as cidades bem-sucedidas. Hong Kong e Londres enfrentaram 'abrandamentos significativos'. Em Hong Kong, o número de transações caiu 31% para 42 negócios, enquanto em Londres o total recuou para 34 transações. Estas quedas refletem uma calmaria típica após os resultados robustos do final do ano anterior, combinadas com mudanças tributárias que afetam os compradores bilionários.
Ao analisar o ano que se finalizou em março de 2025, o Dubai voltou a liderar em termos de volume de vendas, com 432 transações valendo 7,08 mil milhões de dólares. O seu ambiente fiscal atrativo é um fator que contribui significativamente para este sucesso. Nova Iorque e Hong Kong também figuram como os seguintes no ranking, com 281 e 229 transações, respetivamente.
O futuro do mercado “super-prime”
A dinâmica do mercado parece estar a favor dos imóveis de luxo. Segundo Liam Bailey, o mercado “super-prime” continua a subir e a adaptação à nova realidade da procura global por este tipo de habitação é evidente. O crescimento de 4,4% na população de indivíduos com património ultra-elevado mostra que a procura por propriedades únicas está em alta, mesmo para imóveis que nem sequer estão formalmente no mercado.
Com previsões para um fluxo saudável de negócios ao longo de 2025, espera-se que os desafios econômicos exijam atenção dos investidores e promotores imobiliários. Apesar de incertezas de mercado, taxas de juro, flutuações cambiais e mudanças políticas, o setor de imóveis “super-prime” está em uma trajetória de resiliência e crescimento, o que é animador para todos os envolvidos no mercado imobiliário de luxo.