O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, anunciou uma reunião crucial com os ministros da Presidência e da Segurança Social, para sexta-feira, 24 de maio de 2025. O encontro visa desenvolver soluções conjuntas para o problema persistente das pessoas em situação de sem-abrigo na capital portuguesa.

Em Lisboa, existem atualmente três mil pessoas nesta condição que têm algum tipo de acolhimento disponível. No entanto, ainda há 390 indivíduos que enfrentam a dura realidade de não possuir um teto, vivendo dia após dia sem qualquer abrigo. 'Mais de metade dessas 390 pessoas são estrangeiras, e a maioria encontra-se indocumentada', revelou o autarca.

Moedas ressaltou que a criação de mais centros de acolhimento é imperativa, não só em Lisboa, mas em toda a Área Metropolitana, envolvendo os 18 municípios que a compõem. Ele chamou atenção para a necessidade de melhor articulação e funcionamento de serviços como a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), essencial para acelerar a integração e assistência a estes indivíduos.

Além disso, o presidente da câmara lamentou a incapacidade de ajudar as pessoas indocumentadas que, sem alternativas, acabam por pernoitar nas ruas, mencionando como exemplo o jardim junto à igreja dos Anjos, em Arroios, onde muitos imigrantes se abrigam em tendas.

Desde 2019, a capacidade de acolhimento em Lisboa cresceu de 400 para 1.050 vagas, com o objetivo futuro de atingir duas mil, indicando um progresso considerável nesta área. Contudo, falhas na articulação entre diversos sistemas e instituições ainda persistem como um desafio significativo.

'Falta articulação entre a Câmara Municipal, a Segurança Social, a Santa Casa e a AIMA', declarou Moedas. Ele reforçou que a resolução do problema não é uma questão de recursos financeiros, pois está previsto um investimento de 70 milhões de euros nos próximos sete anos. A questão central é, portanto, uma melhor cooperação e organização dos serviços responsáveis.

'Estamos prontos para começar a trabalhar realmente em conjunto. A boa vontade do governo, juntamente com a implementação rápida de medidas, será fundamental para enfrentarmos esta questão com a urgência que merece', concluiu Carlos Moedas.