Você sabia que existem mais de 720 mil casas vazias em Portugal? Isso mesmo! A maioria delas em condições de habitabilidade. Algumas estão no mercado à espera de novos moradores, enquanto quase 250 mil permanecem completamente desocupadas por razões que muitos ainda desconhecem.

O Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) revelou que, segundo os Censos 2021, existiam 723.215 casas vazias em Portugal, representando 12,1% do total de alojamentos disponíveis. Esta é uma taxa alarmante, especialmente quando consideramos que muitos destes imóveis não necessitam de grandes reparações.

O estudo mais recente do IHRU, divulgado como parte do Programa Nacional de Habitação (PNH), trouxe à luz algumas questões fundamentais sobre o estado atual do mercado habitacional em Portugal. Apesar de haver um grande número de alojamentos desocupados, a sua distribuição não é uniforme, situando-se, em grande parte, em áreas de elevada procura, como Lisboa e Porto. Isso levanta a questão: como é possível que haja tanta pressão urbanística em regiões onde existem tantos imóveis vazios?

Das 485.461 casas que estão vazias mas em boas condições, apenas 236.927 estão disponíveis para venda ou arrendamento. O restante dos imóveis, cerca de 248.534, encontram-se vazios por motivos que vão desde a morte do anterior morador até situações relacionadas com a partilha de heranças ou aguardar obras de beneficiação. Ou seja, muitos imóveis que poderiam atender à procura não estão acessíveis no mercado.

O IHRU recomenda urgentemente um aprofundamento do conhecimento sobre os fatores que contribuem para a permanência desses imóveis vazios. É crucial que as autarquias locais, o INE, o LNEC e a comunidade académica se unam em esforços para compreender melhor este fenômeno. Com base nesses entendimentos, as políticas públicas de habitação poderão ser reforçadas e ajustadas para lidar com a situação.

Se olharmos para o universo total, mais de 230 mil alojamentos precisam de reparações. Dentre estes, 111.170 estão disponíveis para venda ou arrendamento, enquanto 126.584 permanecem desocupados por outras razões. Isso indica uma complexidade ainda maior na situação habitacional em Portugal.

Por tudo isto, é fundamental que o governo e outros intervenientes do setor habitacional se debrucem sobre estas questões, já que a resolução deste problema poderia, sem dúvida, melhorar a qualidade de vida de milhares de portugueses. Afinal, casas vazias não são só números; são lares em potencial, prontos para acolher pessoas e famílias.