Portugal é um destino de eleição para surfistas - tanto iniciantes, como experientes. Não é certamente pela temperatura da água – para isso o fato de neoprene terá de servir de escudo face ao frio –, mas sim pela versatilidade que oferece aos diferentes níveis.

Nunca experimentaste ou estás à procura de tubos e ondas gigantes? Em Portugal encontras o que precisas. Quase que poderia ser o slogan para atrair aventureiros, mas o nosso país já se encontra nas bocas do mundo.

Assim se justifica a existência de tantas escolas de surf, do surgimento em cada esquina de surfcamps e de servirmos de palco a campeonatos mundiais, quer de ondas de tamanho XXL, quer para a elite do surf mundial. Ora, mas quais são os melhores “picos” para surfar?

O que torna o surf em Portugal tão especial?

As praias de Portugal são verdadeiros paraísos para quem gosta de banhos de sol na areia, mas também para quem não resiste a aventurar-se na crista da onda.

As praias contam com ondas consistentes ao longo de todo o ano e há uma enorme variedade para todos os níveis, ao qual se alia o reconhecimento internacional.

Quais são as melhores praias de surf em Portugal?

Há quem alugue uma autocaravana e percorra o litoral português atrás de ondas, o que não é de fazer cair o queixo, sobretudo porque o que não faltam na costa são bons locais para a prática do surf, mas há aqueles que são mais cobiçados, atraem mais surfistas e atiçam o localismo.

Ora mas o que é que as faz ganhar o estatuto popular, entre a comunidade de surfistas, de “melhores praias”? Estas são aquelas cuja ondulação é mais consistente e com melhor formação.

No entanto, há umas praias melhor do que outras dependendo da experiência.

Peniche: os super tubos e as super manobras

Quem fala de Peniche, acaba por incluir algures na mesma frase a palavra Supertubos. É uma das praias mais conhecidas de Portugal pela formação tubular, fazendo jus ao nome. De tal ponto, que recebe anualmente uma das etapas do Circuito Mundial de Surf.

Embora o fundo seja de areia, dependendo das condições não é aconselhável para surfistas inexperientes, isto porque a onda quebra com força próximo à areia.

O Baleal (Norte e Sul) é, por sua vez, uma onda mais amigável e indicada para todos os níveis de surf.

Se estiveres a fazer uma viagem por Peniche, o Lagide não pode cair no esquecimento. Este é um surf-spot que se encontra ao lado direito do Baleal Norte e cuja onda quebra sobre uma laje de pedras. Por isso, se o teu nível for acima de iniciante, espreita.

Ericeira: a Reserva Mundial de Surf

É uma vila que respira surf com um número de praias e ondas de qualidade que ultrapassa os dedos de uma mão. Assim se justifica que em 2011 esta vila do concelho de Mafra tenha sido considerada Reserva Mundial de Surf.

Ericeira é caracterizada por ter maioritariamente praias com fundos de rocha, o que se por um lado testa os mais inexperientes, por outro, origina ondas mais previsíveis e compridas para os mais avançados.

Coxos é considerada a “onda rainha” circundada por pedras e, quando as condições se alinham num cenário perfeito, sobretudo nos meses que antecipam o verão, prepara-te para ver os locais numa disputa acirrada por cada onda, tanto tubular como de manobra.

Além de Coxos, existem outras praias que exigem níveis mais avançados e maior sabedoria técnica, como Cave, Crazy Left, Reef e a Pedra Branca.

Ribeira D’Ilhas é também uma praia clássica com rochas no fundo do mar. O lado positivo desta praia, que aglomera muitos surfistas dentro de água, é que a onda quebra em múltiplos sítios.

As rochas e os ouriços levam os alunos das várias escolas de surf que ali se instalam a usarem botas de neoprene, além do fato de surf.

Já a praia da Foz do Lizandro e São Julião por terem fundo de areia são, deste modo, mais favoráveis para aprendizes.

Costa da Caparica: surf para todos e mais alguns

De principiantes aos mais experientes, a Costa da Caparica abraça todos. Com quilómetros de costa separados por pontões, as praias têm ondas versáteis que quebram em fundos de areia.

Nesta cidade, onde a comunidade local é receptiva, o que não faltam são escolas de surf para se aprender ou evoluir.

Sintra: tem ondas mesmo quando não há ondas

A Praia Grande esconde-se em Sintra mas de desconhecida pouco tem. É das praias mais consistentes em termos de ondulação próximo de Lisboa.

Quando o mar se apresenta pequeno e sem força noutras praias limítrofes, os surfistas sedentos de vestir um fato e entrar para a água correm em direção a esta praia.

No entanto, tem que se lidar com as oscilações do clima característico de Sintra. Quando as ondas da Praia Grande estão com um tamanho considerável ou o pico apresenta-se sobrelotado, podes sempre espreitar também a Praia Pequena.

Aljezur: beleza e surf num casamento perfeito

Quem ruma à Costa Vicentina, dá de caras com Aljezur que rapidamente cola um sorriso ao rosto de quem lá vai. Pranchas espalhadas na areia; fatos de surf a secarem nas rochas e vários chapéus de sol espalhados no areal, é o cenário de quem chega a praias como a Arrifana ou o Monte Clérigo.

Aljezur guarda em si inúmeras praias com longas e meigas ondas. A Praia da Arrifana é um exemplo.

Cascais: o melhor amigo do inverno

Na linha de Cascais é possível fazerem-se várias paragens pelas diversas praias, mas a Praia de Carcavelos e a Praia do Guincho são as de eleição. Porquê?

A Praia de Carcavelos consegue ir de 8 a 80. No verão, ninguém é capaz de acreditar que ali se formam os tubos perfeitos. Esta praia produz ondas de qualidade tanto tubulares como direcionadas para manobras.

Já a Praia do Guincho também é muito consistente. Quando entra efetivamente ondulação, é um spot mais indicado para surfistas experientes.

Nazaré: mete medo ao susto mas também tira férias de verão

A Praia do Norte teve a capacidade de atirar Portugal para as bocas do mundo. Mesmo quem nunca tocou numa prancha de surf, já ouviu falar da monstruosa onda que se forma nesta praia.

No entanto, não é diariamente que a famosa onda gigante da Nazaré se forma; há temporadas para isso acontecer.

Nos restantes meses, embora com tamanho mais reduzido, não é uma onda amistosa; é com pressão e isso sente-se na areia grossa e na energia da praia.

A procura pelo surf em Portugal é de tal dimensão que faz escalar os preços das casas que se situam próximas a estas praias. Agora que já tens um guia completo: é este verão que pegas na prancha? Nem que seja para experimentar!