A construção em Portugal está a passar por uma transformação significativa e hoje falamos sobre um tema crucial: o betão. Luis Goucha, presidente da Associação Portuguesa das Empresas de Betão Pronto (APEB), destacou as principais prioridades que o setor enfrenta, que incluem um aumento na fiscalização das obras, a segurança das construções, a redução da pegada ecológica e a alteração do peso máximo das betoneiras.
Atualmente, a indústria do betão em Portugal fatura cerca de 700 milhões de euros e é responsável por aproximadamente 2.600 empregos. No entanto, como Goucha salientou, o setor também enfrenta grandes desafios, como a necessidade de modernização e a obrigatoriedade de garantir que as obras sejam realizadas em condições de segurança adequadas.
Entre os principais desafios, encontramos a intenção de tornar o setor mais moderno e garantir que os acidentes sejam reduzidos a zero. De facto, a continuidade da existência de um elevado índice de acidentes é motivo de preocupação, pois Portugal tem uma taxa que ultrapassa a média europeia. Portanto, um investimento em prevenção é essencial.
Goucha enfatiza também que os acidentes não ocorrem apenas nas 230 centrais de betão que existem no país, mas também nos próprios locais de construção, onde cerca de 99% dos operadores são responsáveis pela entrega do material. Este ponto levanta a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa, de modo a assegurar a qualidade das construções e o cumprimento das legislações existentes.
A sustentabilidade deve ser encarada como uma obrigação, muito mais do que apenas uma responsabilidade, segundo o líder da APEB. Assim, a construção sustentável deixa de ser uma tendência passageira para se tornar um imperativo das práticas construtivas, o que se traduz na necessidade de os operadores do setor adaptarem as suas abordagens e métodos de trabalho.
Outro aspecto importante na discussão foi a proposta de aumento do peso máximo das betoneiras de 32 para 36 toneladas. Esta medida poderá facilitar o transporte de maior volume de material por viagem, contribuindo para a eficiência do sector.
Com todas estas mudanças, é preciso também reconhecer a importância de eventos como o Dia do Betão, que se realizará no CNEMA (Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas), em Santarém, no próximo dia 26 de Junho de 2025. Este evento é uma oportunidade para os profissionais do setor se reunirem, partilharem conhecimentos e vislumbrarem as inovações e soluções que poderão ser implementadas para enfrentar os desafios que se avizinham.
Concluindo, a indústria do betão em Portugal está num ponto de inflexão, onde a segurança, a sustentabilidade e a modernização se tornam cada vez mais imprescindíveis. Com líderes como Luís Goucha a apontar o caminho, o futuro do betão em Portugal promete ser mais seguro e mais responsável. O que se espera agora é que todos os intervenientes do setor se unam nesta visão, garantindo não apenas o crescimento da indústria, mas também a proteção do bem-estar de todos os envolvidos.