Descubra Por Que é Quase Impossível Construir Casas Acessíveis para a Classe Média em Portugal!
À partida, construir casas para a classe média parece ser uma boa aposta, tendo em conta a elevada procura que existe em Portugal. Mas, no final de contas, colocar casas no mercado a preços acessíveis para estas famílias revela-se muito difícil. “O problema hoje é que os números não cruzam, porque temos custos de construção que aumentaram brutalmente depois da pandemia e o preço dos terrenos também tem estado a aumentar”, comenta Nuno Santos, Head of Portugal da RE Capital, em entrevista ao idealista/news. Somando estes custos aos impostos na construção, uma casa de 100 metros quadrados já iria chegar ao mercado por mais de 250 mil euros. “Para que o negócio seja interessante para os investidores, temos de ir para um preço de venda que já não faz sentido para a classe média”, garante o responsável.
Este é, de resto, o principal motivo que justifica o facto de haver falta de oferta de habitação a preços acessíveis à classe média portuguesa. Os atrasos nos licenciamentos urbanísticos e o IVA na construção a 23% também são outros entraves à construção de casas a preços mais baixos no país. E é neste sentido que Nuno Santos considera que “o simplex está na direção certa”, embora haja “muita afinação e trabalho a fazer”, e a redução do IVA para 6% na construção “é uma excelente iniciativa por parte do novo Governo”, restando agora saber se irá para a frente.
“Para se resolver o problema do imobiliário em Portugal, devia ser feito um acordo de longo prazo entre os principais partidos do país”
É neste contexto que os promotores imobiliários veem na construção de casas para a classe média-alta e para o mercado de luxo a solução para colmatar os elevados custos de construção, os riscos decorrentes da instabilidade legislativa e atribuir, ao mesmo tempo, retornos interessantes aos investidores. Este é o caso da RE Capital, que está presente no país há quase uma década, tendo previsto entregar quase 1.500 casas nos próximos anos com um investimento superior a 600 milhões de euros. O seu maior projeto é o Oeiras Tech City, onde vão nascer 1.000 habitações destinadas à classe média-alta.
A verdade é que a incerteza política e legislativa que se sente no país também tem consequências no imobiliário. “Para se resolver o problema do imobiliário em Portugal, devia ser feito um acordo de longo prazo entre os principais partidos do país. Só assim é que se conseguirá resolver o problema da habitação que afeta brutalmente os portugueses”, sublinha Nuno Santos, admitindo que na RE Capital estão a assumir uma postura 'wait and see' até outubro, para “ver qual será o caminho político do nosso país”. Agora, “não estamos ativamente à procura de novos ativos, até porque temos um portfólio já muito significativo”, revela Nuno Santos, Head of Portugal da RE Capital, em entrevista ao idealista/news realizada no Salão Imobiliário de P... [Content exceed 4000 characters]